Arquivo anual: 2015

Wanderlust #31 – Roma, Itália

Roma 01Vou iniciar dizendo que Roma me surpreendeu muito! Confesso que não era um dos destinos que estava no topo da minha lista. Só entrou na programação porque fui de Alitália e como fazia conexão em Roma não tinha adicional no valor se fizesse este “stopover”.

Chegamos no Aeroporto Fiumicino, que fica numa cidade distante 40 minutos de trem de Roma, bem cedo. A facilidade de fazer a imigração já me surpreendeu: o agente nem bom dia deu, apenas fez um rápido “cara-crachá” no passaporte e carimbou.

Roma 02

Fontana di Trevi

Tomamos o trem que leva até Roma Termini, deixamos as malas no hotel e já fomos encontrar um casal de amigos que se mudou recentemente para a Itália e aproveitou nossa estada para conhecer Roma. Marcamos de nos encontrar na Piazza Dell’Esquilino, em frente à Basílica Papale Di Santa Maria Maggiore. A praça em sí não tem muita coisa,  mas a igreja é sensacional e já deu pra ter uma “amostra” do que Roma oferece em termos de história e arte. Cada detalhe da Basílica é fascinante. Além da arquitetura e dos altares, até o teto e o piso oferecem detalhes a serem apreciados.

Logo após fomos caminhando até o complexo onde fica o Coliseu, que além do próprio conta com várias atrações, como os arcos de Tito e Constantino, o Foro Romano, e diversos templos e basílicas. Ali tudo impressiona pelo tamanho e imponência. Imaginar que aquilo ali foi construído há mais de dois milênios faz com que a gente fique ainda mais impressionado. É um dos vários programas imperdíveis de Roma e uma dica é comprar o ingresso pela internet, já que a fila é grande (uns 15 minutos, mais ou menos).

Roma 03

Melhor fantasia pra uma banda!

Próxima parada: Fontana Di Trevi. Mas antes um pit stop em La Prosciutteria, que como o nome diz, é um pequeno restaurante/bar cujo foco é prosciutto e embutidos em geral. O lugar é bem pequeno e as pessoas devem ir até o balcão fazer os pedidos. Os produtos são todos de boa qualidade e além disto eles dispõem de algumas cervejas artesanais italianas. É claro que depois de comer, tinhamos que tomar um gelato, e ai andamos alguns metros até a Gelateria Valentino, que além de oferecer ótimos sorvetes (sugiro pedir o de chocolate escuro e o de doce de leite) a um preço mais do que justo, também conta com um ótimo atendimento.

A Fontana Di Trevi foi outra surpresa. Eu imaginava uma fonte, até grande, mas não imaginava a imponência e beleza dela. Uma pena que ela estava sendo reformada, pois deve ser muito bonita quando está em pleno funcionamento, especialmente à noite.

À noite, fomos a um dos vários pubs irlandeses em Roma, o Druid’s Den, onde a banda que estava rolando, além de mandar muito bem e fazer um Karaokê “ao vivo”, ainda vestia a melhor fantasia de Helloween que uma banda poderia usar….hahaha

Roma 05No Domingo tomamos o metrô na Piazza Della Republica, que também vale a visita por seus prédios, pela fonte central, pela Basílica, enfim, por todo o conjunto, e nos dirigimos até o Vaticano, já que aos domingos ocorre o pronunciamento do Papa. Conforme já falei em artigo recente, eu sou ateu, mas nem por isto eu deixo de achar interessante os ritos e tradições religiosos. Além do mais, cada chefe religioso é também um chefe político que influencia os seguidores da sua denominação. E neste caso, o Papa Francisco tem dado um grande exemplo aos católicos, especialmente no quesito “tolerância”.

Roma 06

Chicão gente fina!

Após a visita ao Vaticano, fomos procurar algo para comer e acabamos passando pela Piazza Navona, que tinhamos programado para visitar à tarde. É uma grande e bela praça, que além de contar com belas fontes, é cercada de restaurantes e repleta de artesãos. Devia ter voltado à noite para vê-la iluminada, mas acabei esquecendo. Na sequência fomos ao Panteão, que assim como o Coliseu, também impressiona pelo tamanho e imponência. Na sequência nos dirigimos até a Piazza di Spagna, passando por outros pontos interessantes no centro histórico, como o Templo de Adriano, a Igreja de Santo Ignácio de Loyola, Scalinata di Trinità dei Monti, entre outros. No alto da Piazza di Spagna pudemos apreciar um belo pôr do sol por sobre os telhados de Roma. Para fechar o dia (ou melhor, a noite), outro pub irlandês, desta vez o The Fiddler’s Elbow, para mais uns pints de Guinness e limoncello pra encerrar.

Piazza Navona

Piazza Navona

Estando em Roma, não poderiamos deixar de visitar a Capela Sistina e foi isto que fizemos na Segunda. O passeio, que inclui o museu do Vaticano, até que é legal, mas é muito longo e como é linear, não dá a opção de simplesmente ir direto para a Capela. Já tinhamos andado bastante nos dois dias anteriores e foi bem cansativo. Mas mesmo assim, é um programa que não dá para perder.

Algumas horas de descanso depois era hora de curtir a última noite em Roma, e por isto fomos tomar umas de leve no The Albert Pub, já que no outro dia o vôo para Berlin (a melhor cidade do mundo!) saia cedo.

Roma também acabou entrando na minha lista de cidades que seriam legais para morar. Não por muito tempo, mas seria.

Observações, dicas e considerações:

  • A Alitália foi a pior companhia aérea pela qual eu já viajei. Poltronas desconfortáveis, atraso nos vôos, comida ruim e pessoal de bordo antipático (com raras exceções). Vale a pena pagar um pouco mais e escolher outra companhia.
  • Nas igrejas e basílicas, mulheres de shorts curtos não são permitidas, assim como bonés e em alguns casos bermudas para homens. Para não “perder viagem”, a dica é ir de calça.
  • Em Roma dá pra fazer tudo à pé (dependendo do pique, óbvio), mas mesmo assim o Metrô, apesar de pouco abrangente (apenas 3 linhas) dá acesso à todos os pontos turísticos.
  • Acho que os Italianos pagam pau para os Irlandeses. Deve ter mais pub Irlandês em Roma do que em Dublin.
  • Onde é que se acha toda esta beleza que os italianos supostamente têm? Em Roma com certeza não.
  • A cidade é repleta de fontes e todas com água potável. Então basta comprar uma garrafa e ir reabastecendo até o final da viagem.
  • Por falar em fonte, ao lado da estação Ottaviano de metrô (que dá acesso ao Vaticano) existia um totem com vários pontos de recarga de celular e água potável, inclusive com gás, tudo de graça. Até a atendente do café que havia em frente ia abastecer seu jarro de água com gás (que é servida junto com o expresso) neste totem.
  • Em Roma as Scooters realmente são numerosas. Muitas, mas muitas delas circulam pela cidade.
  • Os Italianos são meio mal educados além de mal humorados. Mas chega a ser até engraçado.
  • Boa parte dos restaurantes fecham as 15:00 e reabrem as 18:00, portanto é bom programa-se quando a idéia é fazer um “almojanta”.

Be happy 🙂

Roma 08Roma 10

Roma 11

Panteão

Roma 13

Scalinata di Trinità dei Monti

Roma 14

PIazza di Spagna

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Museu do Vaticano

Roma 17

Museu do Vaticano

Roma 12Roma 15

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A Fúria de Maigret – Georges Simenon (23/2015)

AFuriaDeMagretAinda este ano lí pela primeira vez uma das estórias de Sherlock Holmes e agora li pela primeira um dos vários livros de Simenon com o Comissário Maigret como personagem principal e não dá para não fazer relações entre um personagem e outro.

Maigret é um comissário da Polícia Judiciária de Paris e é responsável por investigar casos de assassinato. Ou seja, ambas as séries são sobre crimes e as pessoas que buscam desvendar estes crimes, mas apesar do estilo ser o mesmo (estórias policiais / de detetive) os personagens são bem diferentes. Enquanto Holmes, afim de desvendar um mistério, se concentra nas evidências físicas e em ciências exatas para encontrar o criminoso, Maigret se preocupa mais em entender o comportamento e psique dos envolvidos (vítima e suspeitos) e a motivação do crime, a ponto dele se irritar ou se sentir angustiado quando se encontra em um beco sem saída.

Em “A Fúria de Maigret”, o comissário se vê envolvido em um caso de assassinato de um proprietário de vários cabarés de Paris. Apesar do negócio da vítima estar em uma área onde existe muita criminalidade, a vítima em sí mantinha uma conduta pessoal e profissional ilibada.

E é neste beco sem saída que Maigret se encontra: sem suspeitos, sem motivo, com o corpo da vítima aparecendo apenas depois de dois dias do sumiço e ainda com a vítima sendo morta de uma maneira incomum (por estrangulamento). E neste cenário além de ter que contar com sua intuição, ainda tem uma ajuda da sorte.

O estilo de escrita de Simenon é bem dinâmico e daqueles que preendem o leitor (li as 132 páginas em 3 dias!). Gostei. Tanto o Sir Arthur Conan Doyle quanto Georges Simenon têm despertado em mim a vontade de ler mais livros de um estilo que até agora não tinha me atraído (desconsiderando os livros de mistério/crime do Marcos Rey na coleção Vagalume).

Be happy 🙂

Ateu, graças a Deus!

HomerXDarwinEu devolvo troco errado, não furo fila, pago meus impostos corretamente, não estaciono em vaga de deficiente/idoso, obedeço as leis do meu país, inclusive aquelas com as quais eu não concordo e até multa de trânsito eu tomo pouquíssimas (a maioria por desatenção), portanto me considero uma pessoa honesta. Eu trato a todos, independente de etnia, credo, nacionalidade, orientação sexual, idade, etc com dignidade e respeito, portanto me considero uma pessoa de bem. Na medida do possível eu contribuo com causas sociais, seja financeiramente, seja com tempo (trabalho voluntário), então me considero uma pessoa caridosa e altruísta. Eu vivo o que eu chamo de “vida plena”: fazer a maioria das coisas que me dão prazer sem prejudicar outras pessoas; então dentro do meu conceito eu sou uma pessoa feliz. E sou ateu!

Com o crescimento da internet e principalmente das redes sociais, com seus grupos, comunidades, vlogs, blogs e espaço para exposição e discussão de idéias e conceitos, aparentemente existe um crescimento anormal no número de ateus, o que leva alguns teístas a apelidar isto de “modinha do ateísmo” e designar os descrentes pejorativamente como “neo ateus”.

Primeiro é importante lembrar que sim, a tendência mundial é de cada vez mais existirem ateus, especialmente nos países onde há liberdade religiosa e de expressão, um estado realmente laico e um bom nível educacional e científico. Aqui vai o primeiro parêntese: existe sim uma relação muito forte entre nível educacional e nível de ateísmo quando países são comparados, porém não existe uma causalidade direta, ou seja, não quer dizer que os mais inteligentes/educados sejam ateus ou que os ateus sejam mais inteligentes. O que existe é que em países com nível educacional alto e liberdade de expressão as pessoas tendem a questionar mais qualquer ideologia, valor ou dogma, e isto acaba invariavelmente por levar a um número maior de descrentes.

Mas não se trata de moda. Simplesmente hoje existe uma “rede de segurança virtual” que permite que mais pessoas se declarem ateus, sendo que em um passado recente estas pessoas temeriam se posicionar como um não crente sob pena de julgamento e isolamento por parte dos seus convíveres e  preferiam não se manifestar ou até mesmo se declararem agnósticos (era o meu caso). O mesmo acontece com outras “minorias” que fogem de padrões definidos pela sociedade.

Acontece que isto tem irritado os teístas em geral, que acham que moral e ética está relacionada e é totalmente dependente da fé e ai surgem perguntas como “Você é ateu? Mas você é uma boa pessoa!” ou “Como você pode ser caridoso sem acreditar num prêmio/punição divina?”.  Sinto informar que até o altruísmo é uma ferramenta biológica de preservação da espécie. Este artigo sobre um cientista americano chamado George Price explica um pouco como acontece (e a história pessoal de Price é muito interessante também).

A irritação dos “mercadores da fé” com os ateus é até compreensível: você consegue fazer com que um usuário de um produto adote um similar de outra marca, mas dificilmente vai convencer alguém a utilizar um produto que não é de sua necessidade ou desejo. Então, do ponto de vista mercadológico (que é o que importa aos Malafaias, R.R. Soares, Felicianos e Macedos da vida) realmente o crescimento do ateísmo é uma ameaça, pois fazer alguém que já é crente trocar uma denominação e até mesmo uma religião por outra é bem mais simples do que fazer alguém que não cre passe a ter fé em algo.

O que eu não entendo é a ira dos simples praticantes das religiões (e mesmo dos não praticantes) para com os ateus. Salvo raras exceções, para nós ateus, desde que a crença dos outros não venha interferir na vida privada de cada um (imposição de dogmas de determinada religião para toda uma sociedade) pouco importa no que as outras pessoas acreditam. Eu particularmente volto ao meu conceito de vida plena: se faz bem para você e não faz mal a ninguém, ótimo! Fico feliz por você!

Ao contrário de boa parte dos religiosos, um ateu dificilmente vai tentar “desconverter” alguém, até porque entendemos que é questão de foro intimo crer ou não em algo. E aqui vem meu segundo parêntese: neste ponto eu admiro os Batistas, que ao contrário de outras denominações protestantes, não ficam batendo de porta em porta, ou então abordando pessoas na rua, afim de convertê-las. Eles apenas dão bom testemunho através de suas ações e ao mostrar que sua fé faz bem para eles. E para mim é assim que deveria ser.

Talvez o que boa parte dos teístas não conseguem admitir/entender é que alguém pode ser honesto, ético, de bem, ter moral e ser feliz, sem a necessidade de crer em uma entidade divina e/ou num paraíso ou danação eterna. Mas de certa forma eu até entendo esta frustração. Imagino que seja uma mistura de inveja (por eles não conseguirem o mesmo sem ter esta “muleta”), misturada com algumas doses de “será que me enganaram durante todo este tempo?” e algumas pitadas de “será que eu gastei tempo demais da minha vida seguindo algo que não é necessário para atingir um objetivo?”.

Be happy! 🙂

RunJack

Barba Ensopada de Sangue – Daniel Galera (22/2015)

BarbaEnsopadaDeSangueApós o suicídio do pai, um professor de educação física e ex-atleta semi profissional gaúcho resolve se mudar para Garopaba, no litoral catarinense, com o intuito de se isolar dos acontecimentos recentes (o suicídio do pai e a recente separação da sua mulher, que o “trocou” pelo irmão) e também para tentar descobrir o que houve com seu avô que, de acordo com o que o pai havia lhe revelado um pouco antes da morte, foi assassinado na cidade na década de 60.

Além de enfrentar a resistência dos moradores locais a um “estranho” (e que ainda por cima resolve fazer perguntas que a cidade quer esquecer) ele ainda enfrenta um rara condição neurológica que o impede de memorizar rostos, inclusive o próprio, o que o torna ainda mais um “estranho no ninho”. Munido apenas de um video game, um álbum de fotografias (que o ajuda a recontar sua história), algumas roupas e na companhia da cachorra Beta, “herdada” do pai, ele se instala na cidade para buscar a verdade à respeito da morte do avô, mas acima de tudo, para buscar a sí mesmo.

O livro foi presente de aniversário de uma amiga e confesso que não conhecia o autor, que pelo que andei lendo, é uma “jovem promessa” dentro da literatura  brasileira (este é o quarto livro dele). O que eu mais gostei no livro é a qualidade da narrativa, especialmente quando o autor se propõe a descrever fisicamente os personagens, já que como o protagonista não memoriza rostos, ele precisa se atentar a outros detalhes para reconhecer as pessoas, como o tipo e tamanho de cabelo, as proporções do corpo, alguma marca ou mesmo o modo de falar. A narração das sensações do protagonista (como por exemplo quando nada no mar) também são impressionantes e, para quem como eu, monta aquele filme na cabeça enquanto lê o livro, é um prato cheio.

Um outro ponto que me chamou a atenção no livro é a personalidade do protagonista: ele é um cara não muito afeito a seguir um “padrão” de vida considerado normal pela sociedade (consumo, casamento, carreira, etc) e, apesar de ser cético, entende que o que aconteceu tinha que acontecer, melhor não se lamentar e tocar a vida adiante, guardando na memória o que foi bom (sem ficar buscando ou forçando uma situação de repetição) e apenas ignorando o que foi ruim.

É uma leitura simples e um ótimo entretenimento, sem grandes pretensões “literárias” (ou arrogância literária!), o que é ótimo, pois o intuito maior de um livro é este: entreter. E nisto o livro cumpre bem seu papel.

Be happy 🙂

Este Barco Também É Seu – D. Michael Abrashoff (21/2015)

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Eu não sou muito fã de livros de auto ajuda, tanto comportamental quanto empresarial. Acho muita pretensão de alguém querer sugerir algo para outra pessoa ou empresa. Como diria o Raul Seixas, “cada um de nós é um universo”, e o que funciona para um dificilmente funcionará para outro (pessoa, negócio, entidade, etc). Quando se fala em negócios então, acho ainda mais complexo. Por isto inicialmente torci o nariz quando fui convidado para um treinamento sobre “liderança servidora” baseado em um livro do estilo.

Felizmente depois de ler o capítulo que me era designado para o treinamento acabei criando o interesse de ler o livro todo, justamente porque raramente o autor, o Capitão da Marinha Americana D. Michael Abrashoff, diz o que se deve ou não fazer.

O livro é na verdade um compilado das experiências de implementação de uma gestão moderna em um ambiente altamente dominado por conceitos e tradições antigas, promovidas pelo Capitão Abrashoff quando este foi responsável, durante 20 meses, pelo comando do USS Benfold, um dos navios de guerra da frota americana no Pacífico.

É claro que ele destaca as experiências positivas, deixando os erros em segundo plano (ou eventualmente omitindo estes erros), mas a leitura vale a pena, tanto pelas experiências quanto por entender o propósito e o funcionamento de um navio de guerra.

A maioria dos capítulos do livro resumem os conselhos de Abrashoff, que são sempre repletos de exemplos. Estes capítulos são:

  • Assuma o Comando
  • Lidere pelo Exemplo
  • Ouça com o Máximo de Atenção
  • Comunique o Objetivo e o Sentido
  • Crie um Clima de Confiança
  • Busque Resultados, Não Elogios
  • Assuma Riscos Calculados
  • Vá Além do Procedimento Padrão
  • Estimule a União
  • Melhore a Qualidade de Vida do Seu Pessoal

Nos demais capítulos ele faz uma introdução contando sua história de vida e profissional e ao final um pouco do que ocorreu com ele após deixar o USS Benfold. Leitura bem interessante.

Be happy 🙂

Botecando #77 – Bones Gastropub – São Paulo – SP

BonesO Bones é um dos novos bares da Vila (foi inaugurado em Julho) que têm cervejas especiais como um dos focos. Mas cerveja não é a única temática do bar: rock’n’roll, especificamente dos anos 90, mais especificamente ainda Metal e Grunge (o nome do bar vem da música Them Bones, do Alice in Chain) é outro atrativo do bar, que fica em um imóvel na Rua Simão Álvares, entre as ruas Teodoro Sampaio e Cardeal Arcoverde.

O imóvel tem boa parte das paredes pintadas de preto, com caveiras decorando, para manter o clima “Metal”. Além disto, também existe muita memoriabilia cervejeira espalhada pela casa. Achei legal as “cadeiras de casa de vó” que eles usam, em substituição as cadeiras de boteco de madeira ou aço. No pequeno quintal dos fundos existe ainda uma mesa de bilhar.

O nível de atendimento é bom e a carta de cervejas é grande (devem ter cerca de 100 nas geladeiras). Além disto eles servem cerveja própria (Bones Beer, da torneira), porém neste dia só tinham Lager e IPA. Aconselho a, ao invés de selecionar as cervejas pelo cardápio, ir até a geladeira ver o que tem disponível, pois não dá para o cardápio ser atualizado sempre que uma cerveja está em falta ou uma nova é adicionada à carta. Uma dica que poderia ser seguida pelo Bones e por outros bares seria fazer igual ao EAP, que atualiza o cardápio constantemente no site e fornece tablets para os garçons conferirem, ou mesmo os clientes podem consultar o que existe disponível, bem como os preços (no caso do EAP, somente as torneiras). Acabei não comendo nada pois fui logo após o almoço.

Um lance legal do Bones é que, uma vez por mês, eles promovem uma brassagem aberta, onde os cervejeiros, além de produzirem cerveja ao vivo, estão à disposição para explicar o processo (para os mais leigos) ou tirar dúvidas (para quem já tem algum conhecimento).

Já estou marcando um retorno com os camaradas, provavelmente na próxima brassagem. Até porque um bar que toca duas músicas do Golpe de Estado numa mesma tarde merece uma segunda visita….hehehe

Onde: Bones Gastropub (Rua Simão Álvares, 484 – Pinheiros – SP)
Quando: 24/10/2015
Bom: cervejas especiais, brassagem aberta e som
Ruim: nada
Site: http://www.bonespub.com.br/
Facebook: https://www.facebook.com/bones.gastropub

Be happy! 🙂

Botecando #76 – De Bruer – São Paulo – SP

DeBruer1Fazia muito tempo que queria conhecer o De Bruer e sempre que planejava de ir lá acabava pintando outro programa, mas finalmente consegui. O De Bruer é um dos bares especializados em cervejas especiais / artesanais que surgiram em São Paulo nos últimos anos. No caso do De Bruer eles focam especificamente em cervejas brasileiras.

O bar fica localizado em um imóvel que, aparentemente, era uma residência, longe do burburinho da Apicuelta, o que garante um pouco mais de sossego. Apesar de pequeno, eles conseguiram aproveitar bem o espaço, sendo que existe um pequeno salão (com 4 mesas) e uma pequena “varanda” (com mais umas 4). Em dias em que o tempo ajuda a galera fica na calçada mesmo. Em outro cômodo ficam as prateleiras e geladeiras, repletas de rótulos nacionais (segundo o slogan da casa “101 cervejas brasileiras”, mas acho que hoje contam com mais do que isto), que podem ser consumidos ali mesmo ou adquiridos para viagem.

Além disto, existem 6 torneiras montadas em uma geladeira industrial (os barris ficam dentro da geladeira) que oferecem mais alguns rótulos brasileiros. Destaque para a ajuda que eles proporcionam aos “novatos”, inclusive oferecendo samples (em copo de pinga!) das cervejas disponíveis nas torneiras.

Pedimos a porção de Tapas De Bruer, que apesar de extremamente salgada, ainda assim estava boa (com destaque para a cabeça de alho assada). Os preços também são bastante honestos e o atendimento fica acima da média.

Vale muito a pena uma visita!

Onde: De Bruer (Rua Girassol, 825 – Vila Madalena – SP)
Quando: 22/10/2015
Bom: cervejas especiais, comida e atendimento
Ruim: poderia ser um pouco maior
Site: http://debruer.com.br/
Facebook: https://www.facebook.com/DeBruer

Be happy! 🙂

DeBruer2

O Amor Nos Tempos Do Cólera – Gabriel García Márquez (20/2015)

O Amor Nos Tempos do ColeraAcho que sofri com este livro aquele eterno problema causado por conta da relação “Expectativa X Realidade”. Eu sempre ouvi falar muito, mas muito bem de García Márquez (o cara é inclusive ganhador de Nobel de Literatura), então acho que acabei criando muita expecativa em torno deste livro, que foi o primeiro que eu li dele.

E o livro não é ruim, mas sei lá, estava esperando algo sensacional, daqueles livros que você não consegue largar até terminar. E infelizmente não aconteceu.

“O Amor Nos Tempos do Cólera” conta a estória de amor de Florentino Ariza e Fermina Daza um casal de jovens namorados que, separados principalmente por conta de convenções sociais, se reencontra mais de 50 anos depois, logo após Fermina ter perdido o marido, para retomarem sua história de amor, ou talvez iniciar uma de verdade.

O livro começa inicialmente contando os fatos que acabam culminando no falecimento do já idoso Juvenal Urbino, marido de Fermina. À partir deste ponto, Garcia Márquez desenrola, uma de cada vez, algumas linhas de estória: a do próprio Juvenal, a de Fermina, onde nos é introduzido Florentino, depois a estória do casal Juvenal e Fermina, depois a estória de Florentino durante os 50 anos em que ele esperou por Fermina. Cada uma destas linhas segue uma linha temporal própria, com elas se cruzando algumas vezes e ao final de cada uma delas, ele volta no tempo para iniciar a outra.

Apesar da narrativa ser muito bem construída (e o estilo ser muito bonito também), muitas vezes peca pelo excesso de detalhes e torna a leitura um tanto cansativa, especialmente por conta dos parágrafos e capítulos muito longos.

Muita gente acha um lindo romance e acha lindo o fato de Florentino esperar mais de 50 anos por este amor (“…por cinquenta e um anos, nove meses e quatro dias.”). Confesso que fiquei com sentimentos dúbios: algumas horas eu achava que era uma bela estória de amor, porém em vários eu achei que o que Florentino tinha era uma obsessão doentia, talvez um sentimento de posse, de que Fermina teria que ser sua à qualquer custo um dia.

Mas se a última impressão é a que fica, o último capítulo, onde os dois amantes (Fermina e Florentino) se desprendem de convenções sociais e resolvem viver um amor na terceira idade é sim muito bonito. Diria até terno. Especialmente porque eles simplesmente começam a viver uma vida sem se preocupar com o amanhã ou com o que as pessoas iriam pensar e se preocupam apenas em aproveitar aquele momento já no final de suas vidas.

Be happy 🙂

Botecando #75 – Dona Augusta – São Paulo – SP

No dia em que conheci o Z Carniceira estava subindo a Augusta para tomar o metrô e como estávamos afim de tomar a saidera acabamos encontrando esta “portinha” que reservava algumas boas surpresas no que se refere à cervejas especiais. Fiquei com vontade de voltar e finalmente acabou surgindo a oportunidade.

A Dona Augusta é literalmente uma pequena portinha que fica ali no meio do bururinho da Augusta. É o típico boteco onde a galera para pra um esquenta antes de ir para a balada (ou para a saideira pós), mas a diferença é que eles têm algumas boas opções de cervejas especiais, especialmente nacionais.

Existe uma meia dúzia de mesas, caso as pessoas queiram beber lá, mas o foco é servir para a galera pegar e ir embora, tanto que a geladeira principal (com as cervejas especiais) fica bem na porta, para atrair os transeuntes. Porém, o dono do estabelecimento teve o cuidado de “introduzir” os inexperientes no maravilhoso mundo da cerveja e sempre tem ao menos um dos atendentes que entende um pouco mais de cerveja para explicar para os clientes os detalhes de determinado tipo ou rótulo.

Não é aquele bar que eu aconselharia as pessoas a se deslocarem apenas para conhecer, mas estando na região da Augusta/Paulista e querendo tomar uma cerveja diferente a preços justos, pode dar uma passada.

Onde: Dona Augusta (Rua Augusta, 1112 – Consolação – SP)
Quando: 11/10/2015
Bom: cervejas especiais
Ruim: nada
Facebook: https://www.facebook.com/DonaAugustaBar

Be happy! 🙂

Botecando #74 – Confraria URUBU – São Paulo – SP

Confraria UrubuConheci a CU (Cervejaria Urubu) no 5º Mercado das Pulgas. Acho que foi a primeira vez deles lá. Depois no Beco Beer pude conversar um pouco mais com eles e eles falaram que estavam montando uma “Confraria” (ou seja lá qual o nome que eles deram no dia), na Rua Rifaina, travessa da Avenida Heitor Penteado.

Adicionei eles no Facebook e logo apareceu o convite para a inauguração. A confraria, que é muito bem montada, não tem (ainda) a pretensão de ser um bar, mas um ponto de encontro de produtores e apreciadores de cervejas especiais e artesanais. O intuito, segundo eles, é de abrir à cada 15 dias para fazer brassagens, trocar idéias, curtir um som e, claro, tomar algumas cervejas.

Além disto, a intenção é juntar os cervejeiros num tipo de cooperativa para adquirir equipamentos e insumos juntos e assim ter um pouco mais de poder de negociação. Bem como talvez distribuir as cervejas produzidas por esta galera. Os cervejeiros artesanais de São Paulo estão bem entrosados e afim de, ao invés de lutarem entre sí, lutarem juntos pelo mercado (e, por que não, arte!).

O local é uma garagem onde eles pintaram e decoraram as paredes, instalaram equipamentos para produção de cerveja, bem como para servi-las. Desta vez eles tinham 5 ótimas cervejas (4 nas torneiras e 1 engarrafada), com destaque para a Jereba, afinal de contas, não dá para perder a oportunidade de pedir uma “Jereba grande” ou uma “Jereba pequena”….hahaha

Para comer, como a intenção não é ser um bar. Só tinham algumas opções frias: salgadinhos e um cheviche. Fora isto, tinha apenas algumas cachaças, águas e refrigerante.

Talvez não tenha muitos atrativos para quem não é muito chegado no mundo das cervejas especiais, mas sempre vale levar aquele amigo “virgem” para, quem sabe, com ele tomando uma breja de qualidade, vendo como é produzida e trocando uma idéia com quem produziu (e talvez assistindo o processo), a gente possa evangelizá-lo e trazê-lo para nossa “igreja”. Então curta a página da Urubu para saber quando acontecerão os eventos e façamos uma oração, porque “In hops we trust!!!!”

Onde: Confraria URUBU (Rua Rifaina, 527 – Vila Madalena – SP)
Quando: 10/10/2015
Bom: cervejas de altíssima qualidade e atendimento
Ruim: só abre esporadicamente
Facebook: https://www.facebook.com/cervejariaurubu

Be happy! 🙂