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Botecando #98 – Toca do Coelho – SP

Toca do Coelho 01Quem passa ali pelo começo da Teodoro Sampaio, próximo ao Hospital das Clínicas, região onde existem um monte de botecos oferecendo PFs, pode nem notar a existência deste boteco, até porque ele também oferece suas opções de PF. Mas quem se aventurar a dar uma entrada vai descobrir um tesouro para os apaixonados por cerveja (e cultura cervejeira em geral) e baixa gastronomia.

A parte da frente do imóvel é pequena, contando com um grande balcão e umas 6 mesas, porém no fundo há um grande salão com capacidade para acomodar muitas pessoas. A decoração é toda baseada em memoriabilia que remete ao mundo cervejeiro. Mas diferentemente de alguns bares novos, onde a decoração é “proposital”, na Toca (já posso tratar com intimidade!) parece que ela foi sendo feita à medida do tempo, com objetos que o bar deve ganhar dos fornecedores, importadores e até dos clientes (como algumas bugigangas, artesanatos, etc).

O atendimento foi um dos pontos de destaque, com os garçons sendo muito simpáticos e atenciosos e, mesmo sem serem profundos conhecedores de cervejas, se arriscando (e se esforçando) para ajudar os clientes com os poucos conhecimentos adquiridos.

Toca do Coelho 02Como já disse antes, um bar que oferece torresmo já começa ganhando o jogo! E o da Toca do Coelho foi um dos melhores que comi. Apesar de não ser frito na hora e estar acondicionado na estufa, além de muito “carnudo”, estava bem crocante, com a pururuca ainda estralando quando recebia as mordidas. Além disto, foi um dos mais equilibrados que já comi no quesito sal.

Para finalizar mas não menos importante: cervejas, muitas cervejas, de todos os estilos, origens, etc! Além de três cervejas nacionais nas torneiras (acho que podiam investir um pouco mais nisto), várias geladeiras exibindo uma carta que, pelas minhas contas, deve chegar quase nos 300 rótulos, oferecendo desde as brasileiras Way (curitibana) e Cevada Pura (piracicabana) até a tão afamada Deus, da Bélgica (e por um preço interessante!). Aliás foi o único lugar em que consegui encontrar a ótima curitibana Bodebrown.

Não deixem de conhecer!

Onde: Toca do Coelho (Rua Teodoro Sampaio, 507 – Pinheiros – SP)
Quando: 29/07/2016
Bom: boteco de verdade, com ótimo atendimento, muitas opções de cervejas especiais e petiscos
Ruim: podia ter mais opções de taps!
Facebook: https://www.facebook.com/Toca-do-Coelho-138333142901206/?fref=ts

Be happy! 🙂

Botecando #77 – Bones Gastropub – São Paulo – SP

BonesO Bones é um dos novos bares da Vila (foi inaugurado em Julho) que têm cervejas especiais como um dos focos. Mas cerveja não é a única temática do bar: rock’n’roll, especificamente dos anos 90, mais especificamente ainda Metal e Grunge (o nome do bar vem da música Them Bones, do Alice in Chain) é outro atrativo do bar, que fica em um imóvel na Rua Simão Álvares, entre as ruas Teodoro Sampaio e Cardeal Arcoverde.

O imóvel tem boa parte das paredes pintadas de preto, com caveiras decorando, para manter o clima “Metal”. Além disto, também existe muita memoriabilia cervejeira espalhada pela casa. Achei legal as “cadeiras de casa de vó” que eles usam, em substituição as cadeiras de boteco de madeira ou aço. No pequeno quintal dos fundos existe ainda uma mesa de bilhar.

O nível de atendimento é bom e a carta de cervejas é grande (devem ter cerca de 100 nas geladeiras). Além disto eles servem cerveja própria (Bones Beer, da torneira), porém neste dia só tinham Lager e IPA. Aconselho a, ao invés de selecionar as cervejas pelo cardápio, ir até a geladeira ver o que tem disponível, pois não dá para o cardápio ser atualizado sempre que uma cerveja está em falta ou uma nova é adicionada à carta. Uma dica que poderia ser seguida pelo Bones e por outros bares seria fazer igual ao EAP, que atualiza o cardápio constantemente no site e fornece tablets para os garçons conferirem, ou mesmo os clientes podem consultar o que existe disponível, bem como os preços (no caso do EAP, somente as torneiras). Acabei não comendo nada pois fui logo após o almoço.

Um lance legal do Bones é que, uma vez por mês, eles promovem uma brassagem aberta, onde os cervejeiros, além de produzirem cerveja ao vivo, estão à disposição para explicar o processo (para os mais leigos) ou tirar dúvidas (para quem já tem algum conhecimento).

Já estou marcando um retorno com os camaradas, provavelmente na próxima brassagem. Até porque um bar que toca duas músicas do Golpe de Estado numa mesma tarde merece uma segunda visita….hehehe

Onde: Bones Gastropub (Rua Simão Álvares, 484 – Pinheiros – SP)
Quando: 24/10/2015
Bom: cervejas especiais, brassagem aberta e som
Ruim: nada
Site: http://www.bonespub.com.br/
Facebook: https://www.facebook.com/bones.gastropub

Be happy! 🙂

Botecando #67 – Fast Berlin – São Paulo – SP

FB 01O Fast Berlin tem uma proposta bem interessante: oferecer comida de rua típica de Berlin, além é claro, de cervejas. Imagino que o Fast do nome tenha sido um trocadilho com a palavra em alemão (Fast com o “A” aberto, que significa “quase”) e em inglês (“rápido”), então, para quem entende alemão é o “quase Berlin” e para quem não entende, remete à fast food.

O bar/lanchonete fica ali bem no comecinho da Mourato, quase esquina com a Rua dos Pinheiros, em um imóvel que também remete aos pequenos estabelecimentos onde se come barato e rápido que existem em Berlin. É bem montado, apesar de não ser muito grande. Uma pena que ali não existe espaço na calçada para “espalhar” mesas.

Currywurst e cerveja: das ist Berlin!

Currywurst e cerveja: das ist Berlin!

As comidas são servidas em porções individuais bem generosas (dá para duas pessoas sem muita fome comerem sossegado). Desta vez provei a tradicional Currywurst, com salsicha de porco (tem mais duas opções de salsichas) e uma porção de Paprika Schnitzel (um filé de porco empanado, nesta apresentação cortado em pedaços pequenos e acompanhado de um molho de páprica). As duas porções acompanharam fritas (Pommes Frites). Achei que as porções eram menores quando pedi então acabou por não sobrar espaço para experimentar a coxinha de Eisbein (joelho de porco) e muito menos a Apfelstrudel.

Eles também oferecem uma boa carta de cervejas, porém sem focar especificamente em cervejas DE Berlin, mas cervejas comercializadas na cidade. Portanto apesar da carta não muito grande, se encontra uma boa variedade, como a HB (vom Fass), Berliner Kindl, pilsens Tchecas e mais algumas outras opções.

O cardápio é bem montado, oferecendo opções vegetarianas e indicando os melhores estilos de cerveja para cada prato. O atendimento foi um dos melhores pontos, com todo o staff sendo muito atencioso e simpático. Para não falar que tudo estava muito bom, tem dois pontos que, se não me desagradaram, ao menos não deixaram a experiência ser melhor do que foi.

O primeiro é o preço, mas talvez eu que esteja sendo meio chato, já que o povo está acostumado a comer os tais Hamburgers gourmet de food truck de pé, literalmente na rua e pagar R$ 25,00 por isto e eu paguei algo equivalente por porções grandes, mas sentado confortavelmente numa mesa debaixo do ar condicionado. O outro ponto é que não me senti como se estivesse no bar. Não sei dizer exatamente porque, mas o local te convida a comer e ir embora e não a sentar para ficar tomando cerveja e jogando conversa fora. Talvez seja a fila de espera que se formou alguns minutos depois de termos chegado.

Só acho que, por ser de comida de rua de Berlin, tinham que ter Kebab no cardápio….hahaha

Onde: Fast Berlin (Rua Mourato Coelho, 24 – Pinheiros – SP)
Quando: 18/09/2015
Bom: atendimento e ambiente
Ruim: preço
Site: http://www.fastberlin.com.br/
Facebook: https://www.facebook.com/fastberlin?fref=ts

Be happy! 🙂

Botecando #56 – Pirajá – São Paulo – SP

20150509_123020Sinceramente não lembro se já tinha ido alguma vez no Pirajá. Acho que sim, mas se fui faz tanto tempo que nem lembrava como o bar era. Aproveitei que ia rolar um samba com Moacyr Luz e seu Samba do Trabalhador , que se apresenta todas as segundas no Clube Renascença, no Rio, e sempre na primeira terça-feira do mês no Traço de União para conhecer (ou relembrar) deste já tradicional ponto da boêmia paulistana. E gostei!

Estes não eram todos nossos, mas tomamos um pouco mais que isto.

Estes não eram todos nossos, mas tomamos um pouco mais que isto.

O Pirajá, que já tem quase seus vinte anos, fica localizado bem no início da Faria Lima, naquele pedaço que têm sido chamado ultimamente de “baixo Pinheiros” e teve como proposta, desde o início, ser um boteco carioca bem no meio de São Paulo, tanto que sua calçada imita o desenho de ondas existente no calçadão de Copacabana.

A parte interna do bar não é tão grande, mas juntamente com a área externa tem capacidade de acomodar um bom público, que desta vez lotou para acompanhar o samba. E ai fica uma dica: quando tiver algum destes raros eventos, é importante chegar cedo para pegar mesa. Tá certo que ninguém vai ficar sentado, mas é sempre bom ter um lugar para colocar os copos e para as mulheres colocarem suas bolsas. Além de ser mais prático se quiser comer algum petisco.

Por falar em petisco, talvez eles sejam o carro chefe da casa. A calabresa na cachaça que pedimos estava fantástica. Pedimos uma porção de torresmo, que eles não tinham (uma falha, já que no Rio é quase obrigação em boteco), porém o garçom “quebrou o galho” e nos fez uma porção com a pururuca que acompanha o caldinho de feijão. Não era exatamente o que queriamos, mas mesmo assim estava muito bem feita.

Os garçons estavam sempre solícitos, porém quando o bar encheu o serviço ficou um tanto prejudicado. Mas na medida do possível eles conseguiam nos atender e trazer o chopp brahma, sempre gelado e cremoso, e também a ótima cachaça da casa.

Uma pena que o samba acontece em situações esporádicas (até porque, não se cobra couvert) e talvez por isto encha demais (uma faixa da Faria Lima ficou tomada), senão seria uma opção a mais aos sábados.

Onde: Pirajá (Avenida Brigadeiro Faria Lima, 64 – São Paulo – SP)
Quando:09/05/2015
Bom: petiscos e atendimento.
Ruim: o samba acontece somente em datas especiais.
Site: http://www.piraja.com.br/
Facebook: https://www.facebook.com/bar.piraja?fref=ts

 Be happy! 🙂

Moacyr Luz fazendo a galera cantar para poder "molhar o bico".

Moacyr Luz fazendo a galera cantar para poder “molhar o bico”.

Botecando #39 – Traço de União – São Paulo – SP

Traço de União

Arlindo Cruz e Sombrinha: ótimo presente de aniversário que ganhei em 2011!

Há 11 anos instalada em São Paulo, a Casa de Brasilidades Traço de União tem como proposta trazer à cidade as rodas de samba, mais notadamente com grupos que concentram seu repertório nos sambistas das décadas de 70 e 80.

Não por coincidência, a maioria dos autores e intérpretes do repertório das atrações da casa são/eram frequentadores das rodas de samba do Cacique de Ramos: Zeca Pagodinho, Arlindo Cruz, Sombrinha, Almir Guineto, Jorge Aragão, Luiz Carlos da Vila (finado padrinho da casa) e, claro, o Fundo de Quintal. Beth Carvalho, madrinha de boa parte deste pessoal é a também madrinha da casa.

Traco de Uniao 2A casa é um galpão no Bairro de Pinheiros, ou do que agora se convencionou chamar de “baixo Pinheiros”, ou seja, a parte próxima à Faria Lima, do lado oposto à Vila Madalena. Por ser um galpão e ter como foco a qualidade da música, o Traço não tem muita frescura na decoração: palco, mesas de madeira, duas “arquibancadas” e bandeiras e camisas de várias escolas de samba e blocos pendurados no teto e nas paredes.

Aos sábados à tarde, quando é servida a feijoada, a lotação é total, o que causa enormes filas na porta (de sábado é interessante chegar antes das 15:00) e antigamente, durante o verão, tornava o ambiente interno um forno. Agora instalaram um sistema de ar condicionado afim de resolver o problema. Um outro problema que fica evidente em dias mais cheios é a disposição dos banheiros: o masculino fica logo na entrada e o feminino fica nos fundos, então se estiver em uma galera “mista”, alguém vai se ferrar para atravessar o salão lotado na hora que quiser ir no banheiro. Numa eventual reforma eles poderiam resolver isto construindo banheiros femininos na frente e masculinos nos fundos.

O público é bem variado: aos sábados dá muita patricinha e mauricinho, que se juntam ao pessoal dos 8 aos 80 que gosta de samba de raiz e que frequentam a casa durante os outros dias. Eventualmente algum convidado de “peso” se apresenta na casa às sextas ou sábados. Já vi ali Sombrinha (contando com participação do Arlindo, em uma vez que eu comemorei meu aniversário lá), Almir Guineto e Neguinho da Beija-Flor. Suportados pela ótima banda da casa, estes artistas (outros não tão famosos) fazem a festa de quem curte um bom samba.

Onde: Traço de União (Rua Cláudio Soares, 73 – São Paulo – SP)
Quando: 02/12/2014
Bom: som e atendimento.
Ruim: eventualmente fica muito lotado e a disposição dos banheiros é ruim.
Site: http://tracodeuniao.com.br/

Samba do Trabalhador com Moacyr Luz

Samba do Trabalhador com Moacyr Luz

Botecando #38 – Cervejaria Nacional – São Paulo – SP

Cervejaria NacionalAo contrário do vinho, que dizem que quanto mais velho melhor, a melhor cerveja é aquela tomada diretamente na cervejaria, já que a cerveja sofre a ação do tempo, da exposição a luz (por isto as garrafas, em sua grande maioria, são escuras), do chacoalhar durante o transporte, etc. Então nada melhor do que apreciar uma cerveja direto na fonte!

A Cervejaria Nacional foi o primeiro brewing bar do Brasil (ao menos pelo que eu sei), que é um conceito bastante comum na Europa e EUA, que é simplesmente a fábrica de cervejas ter um bar (ou um bar fabricar sua própria cerveja). Uma das primeiras que eu fui foi a Rock Bottom, em Phoenix, no Arizona, que infelizmente fechou, e gostei bastante da idéia.

Logo ao entrar na Cervejaria Nacional, no térreo, tem-se a visão dos tanques de fermentação. Para quem quiser conhecer como é o processo, estando no bar é só pedir para fazer uma “visita guiada” que eles te mostram como funciona (não precisa agendar nem nada).

Cervejaria Nacional 2No primeiro andar se encontra o bar propriamente dito. Um detalhe interessante é o balcão de vidro que permite que a fábrica, no andar térreo, seja visualizada do alto. No segundo andar fica o restaurante da casa, mas não cheguei a ir.

A casa oferece 5 opções de cervejas regulares: Domina (Weiss), Y-Iara (Pilsen), Mula IPA, Kurupira Ale e Sa’si Stout. Achei muito legal a idéia de usar figuras do folclore brasileiro para nomear as cervejas. Aconselho a pedir um sampler na primeira vez que for ao bar, para experimentar cada uma das cervejas regulares. No cardápio e nas paredes existem informações bem úteis sobre cada uma delas, como coloração, teor alcólico e IBU (International Biterness Unit – unidade que classifica o amargor da cerveja). Além das regulares, eles sempre contam com algumas sazonais e/ou especiais no cardápio.

Tem duas coisas que é padrão nos EUA e Europa e que eles também trouxeram para cá que eu achei bem legal. A primeira é dar água de graça para ser intercalada com as cervejas, afinal de contas, as cervejas ali são feitas para serem apreciadas, e não para se encher a cara (aliás, qualquer bebida alcólica deve ser consumida com este intuito, se alguém bebe apenar para ficar bêbado, é melhor procurar ajuda urgente). A água também serve para limpar o paladar quando você está tomando um rótulo e quer experimentar outro.

A segunda coisa são as promoções de Happy Hour: de segunda à quinta, das 17:00 as 20:00 horas e as sextas, das 17:00 as 19:00 horas você pede uma cerveja e ganha outra.

Aconselho a conhecer a casa, mesmo para aqueles que ainda não descobriram o fantástico mundo das cervejas especiais (detesto o termo “gourmet”, que atualmente serve apenas para encarecer os produtos e serviços). Ao experimentar alguma cerveja com “caráter”, talvez quem ainda não se apaixonou pelo universo cervejeiro caia de amores por esta cultura que vem a cada dia crescendo mais no Brasil.

Update: lembrei que a Cervejaria Nacional na verdade não foi o primeiro brewing pub que eu conheci. Antes dela eu conheci o Dado Bier, que ficava no Itaim, e o Santa Cerva, que ficava no Tatuapé. Mas posso dizer que a Cervejaria Nacional é o primeiro cujo foco são cervejas artesanais.

Onde: Cervejaria Nacional (Avenida Pedroso de Morais, 604 – São Paulo – SP)
Quando: 01/12/2014
Bom: tomar cerveja na fábrica (precisa de mais algum motivo?).
Ruim: não fica do lado de casa :-(.
Site: http://www.cervejarianacional.com.br/

Estas fotos já estão virando tradição!

Estas fotos já estão virando tradição!