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Botecando #74 – Confraria URUBU – São Paulo – SP

Confraria UrubuConheci a CU (Cervejaria Urubu) no 5º Mercado das Pulgas. Acho que foi a primeira vez deles lá. Depois no Beco Beer pude conversar um pouco mais com eles e eles falaram que estavam montando uma “Confraria” (ou seja lá qual o nome que eles deram no dia), na Rua Rifaina, travessa da Avenida Heitor Penteado.

Adicionei eles no Facebook e logo apareceu o convite para a inauguração. A confraria, que é muito bem montada, não tem (ainda) a pretensão de ser um bar, mas um ponto de encontro de produtores e apreciadores de cervejas especiais e artesanais. O intuito, segundo eles, é de abrir à cada 15 dias para fazer brassagens, trocar idéias, curtir um som e, claro, tomar algumas cervejas.

Além disto, a intenção é juntar os cervejeiros num tipo de cooperativa para adquirir equipamentos e insumos juntos e assim ter um pouco mais de poder de negociação. Bem como talvez distribuir as cervejas produzidas por esta galera. Os cervejeiros artesanais de São Paulo estão bem entrosados e afim de, ao invés de lutarem entre sí, lutarem juntos pelo mercado (e, por que não, arte!).

O local é uma garagem onde eles pintaram e decoraram as paredes, instalaram equipamentos para produção de cerveja, bem como para servi-las. Desta vez eles tinham 5 ótimas cervejas (4 nas torneiras e 1 engarrafada), com destaque para a Jereba, afinal de contas, não dá para perder a oportunidade de pedir uma “Jereba grande” ou uma “Jereba pequena”….hahaha

Para comer, como a intenção não é ser um bar. Só tinham algumas opções frias: salgadinhos e um cheviche. Fora isto, tinha apenas algumas cachaças, águas e refrigerante.

Talvez não tenha muitos atrativos para quem não é muito chegado no mundo das cervejas especiais, mas sempre vale levar aquele amigo “virgem” para, quem sabe, com ele tomando uma breja de qualidade, vendo como é produzida e trocando uma idéia com quem produziu (e talvez assistindo o processo), a gente possa evangelizá-lo e trazê-lo para nossa “igreja”. Então curta a página da Urubu para saber quando acontecerão os eventos e façamos uma oração, porque “In hops we trust!!!!”

Onde: Confraria URUBU (Rua Rifaina, 527 – Vila Madalena – SP)
Quando: 10/10/2015
Bom: cervejas de altíssima qualidade e atendimento
Ruim: só abre esporadicamente
Facebook: https://www.facebook.com/cervejariaurubu

Be happy! 🙂

Botecando #73 – Central da Villa – São Paulo – SP

20151009_002551O que você responderia se alguns amigos te convidassem para um show do Sampa Crew? “Claro, vai ser no mínimo engraçado”, foi minha resposta. E foi mesmo. Mas antes de falar do show (e das outras “atrações”), vamos primeiro falar sobre o local.

O Central da Villa é o antigo “Central do Brasil”, que durante muitos anos foi um dos locais em São Paulo onde se ouvia a melhor MPB (com o grupo Sons e Palavras). O imóvel é um galpão que provavelmente era utilizado como armazem e tem um pé direito bem alto (o que proporciona uma acústica legal), contando também com um mezanino. A decoração é bem simples, baseada em tijolos aparentes e alguns desenhos de ícones da música. Mas o mais interessante da decoração é que, pelo fato do imóvel ser amplo, as mesas são bem espaçadas, e dá um ar mais “clean” para a casa.

O atendimento é outro ponto de destaque, com garçons e garçonetes muito atenciosos e simpáticos. No quesito bebidas, as cervejas nacionais padrão estavam disponíveis e ainda tinha promoção de balde de Heineken (a unidade saia R$ 12,00, porém o balde com 4 custava R$ 40,00). Pedimos uma porção de provolone à milanesa que, apesar de um tamanho generoso, estava na média em termos de sabor. Valeu o preço.

Agora voltando ao show: imaginávamos que o Sampa Crew seria a única atração da noite, porém, uma dupla sertaneja tocou inicialmente. A dupla até que não era ruim (os cantores eram medianos, mas a banda era até boa), mas eu acho que musica negra (samba, pagode, soul, mesmo o “black pop” do Sampa Crew” e funk) não combina com sertanejo. São estilos muito distintos e inclusive com públicos diferentes.

Como eu disse que no mínimo seria engraçado, realmente aconteceu: lá pelas tantas subiu um “convidado” no palco (algum empresário queria “mostrá-lo” ao público) que foi responsável por um misto de humor e vergonha alheia. O visual do “artista” já era meio estranho: o cara era um Glenn Danzig emo que cantava sertanejo (ou como eu apelidei na hora: emonejo). Cantava não seria a palavra mais correta, já que além de não conseguir manter o tom das músicas, também não conseguia manter um ritmo e fazia com que a banda ficasse “correndo atrás” dele. Para completar o “pacote”, ainda tentou inventar alguns movimentos que, creio eu, ele julgava ser uma dança. Para não falar que eu é que sou chato, quando ele terminou duas músicas (pareceram intermináveis momentos de tortura), alguém sugeriu “mais um?” e o bar inteiro foi unânime: NÃO!!!!

O Sampa Crew acabou entrando quase meia noite e meia (de uma quinta L). Conforme o tempo, nossa percepção sobre as coisas acabam mudando, não porque elas tenham mudado, mas sim porque nós mesmos mudamos (e eu particularmente deixei de lado preconceitos musicais). Eu estava achando que seria um show estilo “brega anos 90” para dar risada e acabei até que gostando, especialmente ao perceber que o Sampa Crew é a versão tupiniquim do Boyz 2 Men. As melodias e o arranjo vocal das música é bom e, se as letras não são aquele primor, ao menos ficam no mesmo nível do “pop romântico meloso” dos seus inspiradores.

Veria um show deles novamente de boa!

Onde: Central da Villa (Rua Fáustolo, 1430 – Lapa – SP)
Quando: 08/10/2015
Bom: preços e espaço
Ruim: o mix de estilos musicais não é legal
Site: http://www.centraldavilla.com.br/
Facebook: https://www.facebook.com/centraldavilla

Be happy! 🙂

Botecando #72 – Beco Beer Festival – São Paulo – SP

20151004_150805Quem me acompanha (por aqui, pelas redes sociais e pessoalmente) percebe como eu fico alegre com as iniciativas de ocupação do espaço público que vêm ocorrendo em São Paulo, especialmente nos últimos 3 anos (ponto para o Haddad!). Já deixei isto bem explícito em artigos que escrevi sobre a Virada Cultural 2014 e sobre o Tempelhof, em Berlin. Este é um dos motivos pelos quais os Botecando com bares “mesmo” rarearam: estou frequentando mais estes eventos e menos bares. Isto até me levou a começar a escrever sobre estes eventos dentro desta seção, afinal de contas, Boteco é mais do que um local, é um estado de espírito!

Agora imaginem a minha felicidade ao saber de um evento ocupando o espaço público e que teria como tema Cerveja Artesanal!!!

A idéia do Beco surgiu na quinta edição do Mercado das Pulgas (em breve falo dele aqui). Como a idéia de um flea market é que as pessoas levem seus produtos (usados, artesanatos, alimentos, etc) para comercializar, alguns cervejeiros artesanais e caseiros começaram a levar suas criações e notaram a boa receptividade do público (na quinta edição eram cerca de 10 cervejeiros!!!). Então durante as trocas de experiência entre eles (na verdade troca de cervejas) eles bolaram o evento, meio assim de sopetão. Alguém deu a idéia de fazer na Barra Funda, no final da Rua Lopes Chaves, que é uma rua sem saida que termina na linha do trem.

E nesta de se reunirem sem ajuda do poder público, conseguiram montar um evento que contou com quase 15 cervejeiros, barracas de comidas, bandas tocando ao vivo, live painting (grafite), artesanato, banheiros químicos (pago por eles), etc. Da qualidade das cervejas nem preciso falar pois já estou virando fã da Saga, da Van Der Ale e recentemente da C.U. (Cervejaria Urubu, que abriu uma confraria na Pompéia, mas falo mais deles em outro artigo).

E sou fã não só pela disposição de enfrentar um mercado que, apesar de estar em franco crescimento, enfrenta toda a “burrocracia” brasileira, altos custos de insumos (boa parte importados) e, como se já não fosse o bastante, a entrada dos grandes players (InBev, Kirin, etc), que estão preocupados com a ascensão destes “artesãos” e querem evitar uma “Blue Moon” no mercado nacional. Não é por nada disso. Sou fã deles pois as cervejas são realmente boas, não perdendo em nada para microcervejarias estrangeiras e dando de lavada nas grandes cervejarias do mundo todo no quesito qualidade.

Além de comida, bebida, ainda tinha um bom rock rolando ao vivo. Achei muito legal também a inclusão dos carroceiros que vivem ali no beco no evento: os organizadores foram pedir autorização para eles (afinal, eles já estavam ali antes) e os convidaram para ajudar. Além de terem recebido uma grana para limpar o beco, cuidaram dos veículos (mais uma graninha) e puderam beber e comer, ou seja, não foram expulsos de uma festa na própria casa, muito pelo contrário, foram verdadeiros bons anfitriões.

Para resumir, foi aquele domingo como todos os domingos deveriam ser. Uma pena que o próximo acontece somente no dia 6 de dezembro. Mas até lá, pelo menos neste domingo, 18 de Outubro, vai rolar o 6º Mercado das Pulgas no Minhocão!

Onde: Beco Beer Festival (Rua Lopes Chaves – Barra Funda – SP)
Quando: 04/10/2015
Bom: cervejas artesanais e ocupação do espaço público
Ruim: podia ser mais frequente!!!
Facebook: https://www.facebook.com/events/1652463468334875/

Be happy! 🙂

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Botecando #71 – Samba da Treze – São Paulo – SP

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Todas as sextas feiras ali na Treze de Maio (praticamente em frente a Igreja de Nossa Senhora Achiropita), coração do Bixiga, ocorre esta roda de samba, que é animada pelo Grupo Madeira de Lei (facebook deles abaixo) e que, como não poderia ser diferente, é composto por vários integrantes da Vai-Vai. Normalmente a roda também recebe convidados e desta vez, além do puxador da G.R.C.E.S. Primeira da Aclimação, teve como convidado o Candinho, que veio sem sua banda, mas com suas mulatas.

O samba rola na calçada mesmo e existem uns 6 botecos na própria Treze de onde se pode acompanhar e que, além de servirem bebidas e petiscos, é onde se pode utilizar banheiros. Se a grana for curta, vale até levar um cooler com as cervejas e ficar pela rua mesmo, aproveitando o samba. E não se incomode de usar os banheiros dos bares mesmo se que não esteja consumindo, já que ninguém fica controlando.

Para comer, além dos petiscos de cada um dos bares, na esquina tem o famoso Choripan do Argentino, além de uma lanchonete vendendo fogazzas e outros quitutes italianos.

O público é bastante variado: casais, grupos de amigos, famílias com crianças, pessoal fazendo happy hour depois do trabalho, etc e tudo rola na maior paz. O Madeira de Lei também é muito bom e manda desde clássicos paulistas (Germano Mathias, Adoniran, Geraldo Filme, etc) até “clássicos” do Pagode 90, passando pelo samba carioca (Noel, Cartola, Paulinho, a galera do Cacique, etc) e Sambas enredo de escolas paulistas e cariocas.

Inicialmente o samba é marcado para as 20:00, porém, como existe um “acordo” entre o grupo, os bares e o padre, o som ao vivo só começa quando o padre fecha a porta da igreja, portanto, dependendo do humor dele, pode começar no horário ou atrasar umas duas horas, como ocorreu neste dia.

Onde: Samba da Treze (Rua Treze de Maio com Rua Conselheiro Carrão – Bixiga – SP)
Quando: 02/10/2015
Bom: samba, ambiente e ocupação do espaço público
Ruim: se chove não tem pra onde correr
Facebook: https://www.facebook.com/grupo.madeiradelei

Be happy! 🙂

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Botecando #70 – Praça do Samba – São Paulo – SP

PracaDoSamba01O Grêmio Recreativo de Resistência Cultural Kolombolo Diá Piratininga é um coletivo cultural surgido e sediado na Vila Madalena e que tem como objetivo a divulgação e valorização do samba paulista atavés de rodas, oficinas, encontros, shows, etc.

Todo último domingo do mês o Gremio promove na Praça Aprendiz das Letras, situada em frente à sua sede (e ao lado do Centro Cultural Rio Verde), uma roda de samba composta por membros do Grêmio e que apresenta desde clássicos do samba paulista a sambas nascidos na sua ala de compositores.

A Praça em é bem pequena e conta com uma quadra (onde a roda se forma) e uma mini arquibancada onde a galera se ajeita até ficar no “clima” para dançar. Para beber, dá para levar o próprio isopor ou adquirir cervejas, águas e refrigerantes dos ambulantes que ficam do lado de fora. Para comer geralmente tem um dog perto, ou vale a dica de levar alguns petiscos. Só tenha o cuidado de jogar todo o lixo produzido em uma das latas que ficam espalhadas na praça.

Vale a dica de respeitar (e se pintar oportunidade interagir) com os moradores da praça, que fazem questão de “dar uma geral” no local, para “receber” a roda e as pessoas (um dos moradores estava varrendo a praça e colocando o lixo em lixeiras antes do samba começar).

O único ponto ruim é que falta um banheiro ali, como aliás falta em praticamente toda a cidade. Talvez os responsáveis pela roda pudessem agilizar um crowd funding para contratar banheiros químicos neste evento. Mas enquanto isto não acontece (e o poder público não instala banheiros nesta e em outras praças), a dica é se dirigir até o posto de gasolina da Inácio (o banheiro dos homens está sempre aberto e o das mulheres basta pedir a chave para um dos frentistas).

Programa bom e barato para um domingos de sol (em caso de chuva a roda acontece dentro da sede do Grêmio) e é uma ótima pedida para levar crianças e cachorros, que podem ficar correndo e brincando na praça.

Onde: Praça do Samba (Rua Belmiro Braga com Rua Inácio Pereira da Rocha – Vila Madalena – SP)
Quando: 27/09/2015
Bom: samba, ambiente e ocupação de um espaço público
Ruim: falta banheiros
Site: http://www.kolombolo.org.br/
Facebook: https://www.facebook.com/kolombolo

Be happy! 🙂

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Botecando #69 – Canto Madalena – São Paulo – SP

CantoMadalenaTalvez por ficar meio escondido num canto da Vila Madalena (não ia perder o trocadilho), o Canto Madalena não seja tão conhecido quanto os bares e restaurantes do “miolo” da Vila (Aspicuelta, Mourato, Fradique, etc). E quem nunca foi não sabe o que está perdendo.

Montado em um belo imóvel no finzinho da Medeiros de Albuquerque (que por sua vez fica no início da Aspicuelta), conta com uma decoração bem colorida, baseada em móveis rústicos e artesanato brasileiro e poderia se chamar “Canto Brasileiro”, já que além da decoração, a culinária também traz o que existe de melhor no país, especialmente pratos nordestinos e mineiros.

Os preços são bem justos pelo tamanho dos pratos, o que acaba “empatando” com o preço da cerveja, que segue o padrão Vila Madá (sempre acima dos R$ 10,00). Para quem gosta de cervejas especiais, eles também oferecem a Madalena, além das cervejas comerciais padrão.

O atendimento também é acima da média (sem exagerar) e o ambiente é bem frequentado.

Tanto para ir tomar umas cervejas com os amigos num happy hour, como para almoçar com a família num domingão, o Canto é sempre uma ótima opção: o custo X benefício vale bem à pena e você acaba fugindo do burburinho dos lugares “da moda”.

E fica a dica: quando tiver algum amigo gringo visitando o SP, não deixe de levá-lo lá, para que ele possa provar um pouco da tradicional e vasta culinária do nosso país, bem como ótimas caipirinhas, ao som de ritmos nacionais.

Onde: Canto Madalena (Rua Medeiros de Albuquerque, 471 – Vila Madalena – SP)
Quando: 27/09/2015
Bom: comidas e bebidas
Ruim: nada
Facebook: https://www.facebook.com/cantomadalena

Be happy! 🙂

Botecando #68 – Vila Seu Justino – São Paulo – SP

VSJ 02Pelas propagandas que sempre me apareceram no Facebook do Vila Seu Justino a casa me aparentava ser daquele estilo “pagação da Vila Olímpia”. Acho que por isto demorei para conhecer. Mas se o local não chega a ser um São Bento (no sentido de ser mais um lugar para desfilar do que para beber, comer e socializar), também está longe de ser um boteco “de verdade”.

O ambiente do bar é bem legal: fica ali no comecinho da Rua Harmonia e provavelmente era uma das inúmeras Vilas da Vila Madalena antes de se tornar um bar. Tem aquele corredorzinho lateral que te leva a uma área aberta que mais parece com uma praça e que é bem agradável para se tomar uma cerveja durante o dia. A parte da frente já é fechada e conta com um palco. Infelizmente não pude ficar para ver quem iria tocar pois tinha outro compromisso, mas o pessoal que ficou disse que o pagode era fraquinho (além de começar muito tarde, depois das 18:00). Prefiro voltar para tirar minhas conclusões sobre este quesito.

O público é bem variado: famílias com filhos, casais fazendo programa romântico, grupos de amigos, grupos de garotas e grupos de garotos à caça. Não dá nem para dizer qual “tribo” é o público do local.

Um dos principais destaques é o atendimento: todo o staff, desde o rapaz da recepção, passando pelos seguranças, garçons e caixa são bem educados e simpáticos.

No quesito bebida, além de uma pequena variedade de boas cervejas (Heineken, Amstel, etc), também chama a atenção as caipirinhas e os caipilés (com sorvete Rochinha!). Acabei não comendo nada então não posso falar sobre os beliscos.

O local em sí é bem agradável (esta parte nos fundos, onde têm as árvores), mas me parece que na ânsia de atender à todo tipo de público possível acabou ficando sem personalidade.

Mas voltarei outra vez com mais tempo (eu tinha um compromisso no dia e só fui porque era o farewell de um amigo) para aproveitar melhor.

Onde: Vila Seu Justino (Rua Harmonia, 77 – Vila Madalena – SP)
Quando: 26/09/2015
Bom: atendimento e ambiente
Ruim: falta personalidade
Site: http://www.vilaseujustino.com.br/
Facebook: https://www.facebook.com/VilaSeuJustino?fref=ts

Be happy! 🙂

Botecando #67 – Fast Berlin – São Paulo – SP

FB 01O Fast Berlin tem uma proposta bem interessante: oferecer comida de rua típica de Berlin, além é claro, de cervejas. Imagino que o Fast do nome tenha sido um trocadilho com a palavra em alemão (Fast com o “A” aberto, que significa “quase”) e em inglês (“rápido”), então, para quem entende alemão é o “quase Berlin” e para quem não entende, remete à fast food.

O bar/lanchonete fica ali bem no comecinho da Mourato, quase esquina com a Rua dos Pinheiros, em um imóvel que também remete aos pequenos estabelecimentos onde se come barato e rápido que existem em Berlin. É bem montado, apesar de não ser muito grande. Uma pena que ali não existe espaço na calçada para “espalhar” mesas.

Currywurst e cerveja: das ist Berlin!

Currywurst e cerveja: das ist Berlin!

As comidas são servidas em porções individuais bem generosas (dá para duas pessoas sem muita fome comerem sossegado). Desta vez provei a tradicional Currywurst, com salsicha de porco (tem mais duas opções de salsichas) e uma porção de Paprika Schnitzel (um filé de porco empanado, nesta apresentação cortado em pedaços pequenos e acompanhado de um molho de páprica). As duas porções acompanharam fritas (Pommes Frites). Achei que as porções eram menores quando pedi então acabou por não sobrar espaço para experimentar a coxinha de Eisbein (joelho de porco) e muito menos a Apfelstrudel.

Eles também oferecem uma boa carta de cervejas, porém sem focar especificamente em cervejas DE Berlin, mas cervejas comercializadas na cidade. Portanto apesar da carta não muito grande, se encontra uma boa variedade, como a HB (vom Fass), Berliner Kindl, pilsens Tchecas e mais algumas outras opções.

O cardápio é bem montado, oferecendo opções vegetarianas e indicando os melhores estilos de cerveja para cada prato. O atendimento foi um dos melhores pontos, com todo o staff sendo muito atencioso e simpático. Para não falar que tudo estava muito bom, tem dois pontos que, se não me desagradaram, ao menos não deixaram a experiência ser melhor do que foi.

O primeiro é o preço, mas talvez eu que esteja sendo meio chato, já que o povo está acostumado a comer os tais Hamburgers gourmet de food truck de pé, literalmente na rua e pagar R$ 25,00 por isto e eu paguei algo equivalente por porções grandes, mas sentado confortavelmente numa mesa debaixo do ar condicionado. O outro ponto é que não me senti como se estivesse no bar. Não sei dizer exatamente porque, mas o local te convida a comer e ir embora e não a sentar para ficar tomando cerveja e jogando conversa fora. Talvez seja a fila de espera que se formou alguns minutos depois de termos chegado.

Só acho que, por ser de comida de rua de Berlin, tinham que ter Kebab no cardápio….hahaha

Onde: Fast Berlin (Rua Mourato Coelho, 24 – Pinheiros – SP)
Quando: 18/09/2015
Bom: atendimento e ambiente
Ruim: preço
Site: http://www.fastberlin.com.br/
Facebook: https://www.facebook.com/fastberlin?fref=ts

Be happy! 🙂

Post #100!!!

dollarQuando comecei esta bagaça, há menos de um ano atrás, eu disse no meu primeiro post (aqui) que iria tentar escrever a cada 15 dias, pelo menos. E não é que eu peguei gosto pela coisa e cheguei no centésimo post!!!!!

Este espaço está servindo para que eu possa, em primeiro lugar, organizar minhas idéias (e olha que eu tenho muitas) de uma forma mais coerente (não que eu não fale muita besteira, mas estou aberto à criticas e correções). Mas também tem me ensinado a ser menos prolixo, mais direto e tem me ajudado até a melhorar minha capacidade de compreensão de textos que não os meus.

Alguns números deste período:

  • Até agora foram cerca de 4500 views, uma média de 450 por mês. Um número ótimo para quem não está em nenhum portal (ig, uol, etc) e conta basicamente com a audiência do Facebook e dos artigos eventuais da Feedback magazine.
  • Inicialmente eu tinha bastante views, mas depois que o Facebook, que é basicamente onde eu promovo o blog, mudou sua política de exibição de conteudo (isto ocorreu em março deste ano), a audiência aparentemente havia caido pela metade (comecei a receber a metade de “likes” que recebia, em média).
  • Mas olhando as estatísticas do blog para montar este post, eu acabei descobrindo que a audiência vem aumentando mês a mês:Audiencia
  • A categoria mais visualizada ao longo destes dez meses é a Botecando, onde eu faço resenhas sobre os bares que eu frequento.
  • A menos vizualizada, para minha tristeza e decepção, é a Literatura, onde eu faço resenha dos livros que eu li.
  • O post que sem dúvida “bombou” foi o Top Top de Músicas de Motel (é só colocar um “fuck” no título, que atrai), com cerca de 150 visualizações únicas nos dois primeiros dias!
  • Os posts que menos bombaram foram Dekanawidah: My Lessons Learned e Making A Good Place To Work, primeiro porque como eu estava viajando e deixei eles agendados, eles apareceram somente para algumas pessoas dos meus contatos e em segundo, acredito eu, por estarem em inglês.
  • O post das Fucking Songs foram os que mais bombaram no lançamento, mas existem dois posts que têm views quase todos os dias, com um leve aumento aos finais de semana, sendo eles os mais visitados no geral: o da Bella Augusta e do Bar da Dona Diva. A maioria destes “cliques” vêm do google. Como ambos os bares não têm site na internet, creio que a galera procura no google e acaba caindo no blog.
  • Descobri fazendo este blog que as pessoas, infelizmente, não gostam de textos mais longos. 500, 600 palavras é o limite para a galera ler (o equivalente a um page down). Acima disto simplesmente não lêem.
  • Atualmente as pessoas preferem mais assuntos mastigados e organizados em tópicos do que ler um texto “corrido”. Me chateia profundamente, pois eu detesto quando tentam expressar uma idéia apenas em tópicos.

Vamos ver até quando vai o meu pique de manter isto daqui. Pelo tanto de idéias que tem fervilhado pela minha cabeça ultimamente acho que tenho temas para um bom tempo ainda.

Be happy 🙂

 

Devolvam a “minha” Vila Madalena

Vila MadalenaSão Paulo passa por um processo interessante que eu denomino “gourmetização”. O Paulistano, mais do que qualquer outro Brasileiro, gosta de pagar caro nas coisas somente pela pura “ostentação”. Então os bares e restaurantes (até os carrinhos de cachorro quente, agora chamados “food trucks”) começaram a adicionar um “gourmet”, “bistro” ou “chez” nos seus nomes e nos nomes de seus pratos, cobrando assim o dobro do preço e o paulistano vai lá todo pimpão, para tirar foto e colocar no instagram e / ou dar check in para mostrar para os outros que ele pode pagar caro.

Os bares da Vila Olimpia e Itaim já nasceram com esta proposta. Cada região da cidade também tem alguns estabelecimentos deste tipo. O problema é que este processo agora chegou à Vila Madalena, talvez o mais tradicional bairro boêmio de São Paulo.

A Vila, como é conhecida dos paulistanos, sempre foi um lugar onde todas as tribos se encontravam: tinha o pessoal que estudava na USP e que morava em repúblicas na região e, por conta das dificuldades financeiras da vida de estudante, sempre encontrava um boteco pé sujo para tocar seu violão e tomar umas cervejas. Tinha o pessoal bicho grilo que curtia MPB estilo “um banquinho e um violão”, as baladas black, as baladas de surfistas que bombavam durante a semana (afinal de contas, aos finais de semana os surfistas iam pra praia), escola de samba, pubs, redutos de chorinho e samba e mesmo points para mauricinhos e patricinhas.

Lembro a primeira vez que fui na Vila, há quase 20 anos atrás, em um bar chamado Kingston, com temática de reggae. De lá para cá pude curtir muitas casas, como o Bom Motivo (MPB), Barbahalla (balada eletrônica), Radiola São Luiz (forró), Bar do Cidão (choro e samba), Bar Anhanguera (atual Cia da Cerveja), Venice (balada de surfista que bombava às segundas), Blen Blen Club (black music). E só citei aqui lugares que já não existem mais!

O legal da Vila era justamente esta mistura toda. Porém, de uns quatro ou cinco anos para cá, algumas casas novas, com propostas parecidas com a da Vila Olimpia/Itaim começaram a se instalar no local (notadamente na Rua Aspicuelta) e “expulsaram” muitas das casas que compunham a “fauna” local. Algumas outras casas resolveram mudar o foco e também aderiram à gourmetização.

Vários empreendimentos residenciais de alto padrão e comerciais também têm surgido na Vila. Além de muitos destes ocuparem terrenos onde antes ficavam tradicionais empreendimentos, vêm apagando aquela imagem bucólica das casinhas e dos ateliês que a região tinha.

Com isto, o “miolo” mais movimentado da Vila (Aspicuelta , Mourato Coelho, Fradique, Harmonia e Fidalga) se tornou uma passarela de ostentação (e do funk ostentação também!) e já não se vê mais esta mistura toda. Além disto é difícil sentar em um bar atualmente e gastar menos do que cem reais.

Os bares mais “tradicionais” acabaram sendo “empurrados” para a “periferia” (Belmiro Braga e Horácio Lane), mas mesmo estes locais hoje já se encontram em risco e a Vila vai se transformando em um novo Itaim. Acho que os antigos moradores, que brigavam contra aquela Vila antiga devem ter se arrependido imensamente de não terem apoiado a proposta da criação de um boulevard que existiu há alguns anos atrás e que iria manter as características do bairro.

A gota d’água para mim foi na semana retrasada, quando me dirigia até o Grazie a Dio, e o ônibus passou em frente à um bar recém inaugurado no imóvel onde ficava o Zepellin (um dos antigos redutos de mauricinhos) e na área de fumantes havia uma série de pessoas com taças de champanhe em uma mão e celulares na outra fazendo selfies.

Me deu uma dor no coração!

Acho melhor eu ir logo conhecer o Morrison (um dos poucos lugares que eu ainda não fui) antes que ali vire uma balada chique, um prédio de escritórios ou um condomínio com as horrendas varandas gourmet. 😦

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