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Botecando #72 – Beco Beer Festival – São Paulo – SP

20151004_150805Quem me acompanha (por aqui, pelas redes sociais e pessoalmente) percebe como eu fico alegre com as iniciativas de ocupação do espaço público que vêm ocorrendo em São Paulo, especialmente nos últimos 3 anos (ponto para o Haddad!). Já deixei isto bem explícito em artigos que escrevi sobre a Virada Cultural 2014 e sobre o Tempelhof, em Berlin. Este é um dos motivos pelos quais os Botecando com bares “mesmo” rarearam: estou frequentando mais estes eventos e menos bares. Isto até me levou a começar a escrever sobre estes eventos dentro desta seção, afinal de contas, Boteco é mais do que um local, é um estado de espírito!

Agora imaginem a minha felicidade ao saber de um evento ocupando o espaço público e que teria como tema Cerveja Artesanal!!!

A idéia do Beco surgiu na quinta edição do Mercado das Pulgas (em breve falo dele aqui). Como a idéia de um flea market é que as pessoas levem seus produtos (usados, artesanatos, alimentos, etc) para comercializar, alguns cervejeiros artesanais e caseiros começaram a levar suas criações e notaram a boa receptividade do público (na quinta edição eram cerca de 10 cervejeiros!!!). Então durante as trocas de experiência entre eles (na verdade troca de cervejas) eles bolaram o evento, meio assim de sopetão. Alguém deu a idéia de fazer na Barra Funda, no final da Rua Lopes Chaves, que é uma rua sem saida que termina na linha do trem.

E nesta de se reunirem sem ajuda do poder público, conseguiram montar um evento que contou com quase 15 cervejeiros, barracas de comidas, bandas tocando ao vivo, live painting (grafite), artesanato, banheiros químicos (pago por eles), etc. Da qualidade das cervejas nem preciso falar pois já estou virando fã da Saga, da Van Der Ale e recentemente da C.U. (Cervejaria Urubu, que abriu uma confraria na Pompéia, mas falo mais deles em outro artigo).

E sou fã não só pela disposição de enfrentar um mercado que, apesar de estar em franco crescimento, enfrenta toda a “burrocracia” brasileira, altos custos de insumos (boa parte importados) e, como se já não fosse o bastante, a entrada dos grandes players (InBev, Kirin, etc), que estão preocupados com a ascensão destes “artesãos” e querem evitar uma “Blue Moon” no mercado nacional. Não é por nada disso. Sou fã deles pois as cervejas são realmente boas, não perdendo em nada para microcervejarias estrangeiras e dando de lavada nas grandes cervejarias do mundo todo no quesito qualidade.

Além de comida, bebida, ainda tinha um bom rock rolando ao vivo. Achei muito legal também a inclusão dos carroceiros que vivem ali no beco no evento: os organizadores foram pedir autorização para eles (afinal, eles já estavam ali antes) e os convidaram para ajudar. Além de terem recebido uma grana para limpar o beco, cuidaram dos veículos (mais uma graninha) e puderam beber e comer, ou seja, não foram expulsos de uma festa na própria casa, muito pelo contrário, foram verdadeiros bons anfitriões.

Para resumir, foi aquele domingo como todos os domingos deveriam ser. Uma pena que o próximo acontece somente no dia 6 de dezembro. Mas até lá, pelo menos neste domingo, 18 de Outubro, vai rolar o 6º Mercado das Pulgas no Minhocão!

Onde: Beco Beer Festival (Rua Lopes Chaves – Barra Funda – SP)
Quando: 04/10/2015
Bom: cervejas artesanais e ocupação do espaço público
Ruim: podia ser mais frequente!!!
Facebook: https://www.facebook.com/events/1652463468334875/

Be happy! 🙂

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Botecando #71 – Samba da Treze – São Paulo – SP

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Todas as sextas feiras ali na Treze de Maio (praticamente em frente a Igreja de Nossa Senhora Achiropita), coração do Bixiga, ocorre esta roda de samba, que é animada pelo Grupo Madeira de Lei (facebook deles abaixo) e que, como não poderia ser diferente, é composto por vários integrantes da Vai-Vai. Normalmente a roda também recebe convidados e desta vez, além do puxador da G.R.C.E.S. Primeira da Aclimação, teve como convidado o Candinho, que veio sem sua banda, mas com suas mulatas.

O samba rola na calçada mesmo e existem uns 6 botecos na própria Treze de onde se pode acompanhar e que, além de servirem bebidas e petiscos, é onde se pode utilizar banheiros. Se a grana for curta, vale até levar um cooler com as cervejas e ficar pela rua mesmo, aproveitando o samba. E não se incomode de usar os banheiros dos bares mesmo se que não esteja consumindo, já que ninguém fica controlando.

Para comer, além dos petiscos de cada um dos bares, na esquina tem o famoso Choripan do Argentino, além de uma lanchonete vendendo fogazzas e outros quitutes italianos.

O público é bastante variado: casais, grupos de amigos, famílias com crianças, pessoal fazendo happy hour depois do trabalho, etc e tudo rola na maior paz. O Madeira de Lei também é muito bom e manda desde clássicos paulistas (Germano Mathias, Adoniran, Geraldo Filme, etc) até “clássicos” do Pagode 90, passando pelo samba carioca (Noel, Cartola, Paulinho, a galera do Cacique, etc) e Sambas enredo de escolas paulistas e cariocas.

Inicialmente o samba é marcado para as 20:00, porém, como existe um “acordo” entre o grupo, os bares e o padre, o som ao vivo só começa quando o padre fecha a porta da igreja, portanto, dependendo do humor dele, pode começar no horário ou atrasar umas duas horas, como ocorreu neste dia.

Onde: Samba da Treze (Rua Treze de Maio com Rua Conselheiro Carrão – Bixiga – SP)
Quando: 02/10/2015
Bom: samba, ambiente e ocupação do espaço público
Ruim: se chove não tem pra onde correr
Facebook: https://www.facebook.com/grupo.madeiradelei

Be happy! 🙂

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Botecando #70 – Praça do Samba – São Paulo – SP

PracaDoSamba01O Grêmio Recreativo de Resistência Cultural Kolombolo Diá Piratininga é um coletivo cultural surgido e sediado na Vila Madalena e que tem como objetivo a divulgação e valorização do samba paulista atavés de rodas, oficinas, encontros, shows, etc.

Todo último domingo do mês o Gremio promove na Praça Aprendiz das Letras, situada em frente à sua sede (e ao lado do Centro Cultural Rio Verde), uma roda de samba composta por membros do Grêmio e que apresenta desde clássicos do samba paulista a sambas nascidos na sua ala de compositores.

A Praça em é bem pequena e conta com uma quadra (onde a roda se forma) e uma mini arquibancada onde a galera se ajeita até ficar no “clima” para dançar. Para beber, dá para levar o próprio isopor ou adquirir cervejas, águas e refrigerantes dos ambulantes que ficam do lado de fora. Para comer geralmente tem um dog perto, ou vale a dica de levar alguns petiscos. Só tenha o cuidado de jogar todo o lixo produzido em uma das latas que ficam espalhadas na praça.

Vale a dica de respeitar (e se pintar oportunidade interagir) com os moradores da praça, que fazem questão de “dar uma geral” no local, para “receber” a roda e as pessoas (um dos moradores estava varrendo a praça e colocando o lixo em lixeiras antes do samba começar).

O único ponto ruim é que falta um banheiro ali, como aliás falta em praticamente toda a cidade. Talvez os responsáveis pela roda pudessem agilizar um crowd funding para contratar banheiros químicos neste evento. Mas enquanto isto não acontece (e o poder público não instala banheiros nesta e em outras praças), a dica é se dirigir até o posto de gasolina da Inácio (o banheiro dos homens está sempre aberto e o das mulheres basta pedir a chave para um dos frentistas).

Programa bom e barato para um domingos de sol (em caso de chuva a roda acontece dentro da sede do Grêmio) e é uma ótima pedida para levar crianças e cachorros, que podem ficar correndo e brincando na praça.

Onde: Praça do Samba (Rua Belmiro Braga com Rua Inácio Pereira da Rocha – Vila Madalena – SP)
Quando: 27/09/2015
Bom: samba, ambiente e ocupação de um espaço público
Ruim: falta banheiros
Site: http://www.kolombolo.org.br/
Facebook: https://www.facebook.com/kolombolo

Be happy! 🙂

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