O que você responderia se alguns amigos te convidassem para um show do Sampa Crew? “Claro, vai ser no mínimo engraçado”, foi minha resposta. E foi mesmo. Mas antes de falar do show (e das outras “atrações”), vamos primeiro falar sobre o local.
O Central da Villa é o antigo “Central do Brasil”, que durante muitos anos foi um dos locais em São Paulo onde se ouvia a melhor MPB (com o grupo Sons e Palavras). O imóvel é um galpão que provavelmente era utilizado como armazem e tem um pé direito bem alto (o que proporciona uma acústica legal), contando também com um mezanino. A decoração é bem simples, baseada em tijolos aparentes e alguns desenhos de ícones da música. Mas o mais interessante da decoração é que, pelo fato do imóvel ser amplo, as mesas são bem espaçadas, e dá um ar mais “clean” para a casa.
O atendimento é outro ponto de destaque, com garçons e garçonetes muito atenciosos e simpáticos. No quesito bebidas, as cervejas nacionais padrão estavam disponíveis e ainda tinha promoção de balde de Heineken (a unidade saia R$ 12,00, porém o balde com 4 custava R$ 40,00). Pedimos uma porção de provolone à milanesa que, apesar de um tamanho generoso, estava na média em termos de sabor. Valeu o preço.
Agora voltando ao show: imaginávamos que o Sampa Crew seria a única atração da noite, porém, uma dupla sertaneja tocou inicialmente. A dupla até que não era ruim (os cantores eram medianos, mas a banda era até boa), mas eu acho que musica negra (samba, pagode, soul, mesmo o “black pop” do Sampa Crew” e funk) não combina com sertanejo. São estilos muito distintos e inclusive com públicos diferentes.
Como eu disse que no mínimo seria engraçado, realmente aconteceu: lá pelas tantas subiu um “convidado” no palco (algum empresário queria “mostrá-lo” ao público) que foi responsável por um misto de humor e vergonha alheia. O visual do “artista” já era meio estranho: o cara era um Glenn Danzig emo que cantava sertanejo (ou como eu apelidei na hora: emonejo). Cantava não seria a palavra mais correta, já que além de não conseguir manter o tom das músicas, também não conseguia manter um ritmo e fazia com que a banda ficasse “correndo atrás” dele. Para completar o “pacote”, ainda tentou inventar alguns movimentos que, creio eu, ele julgava ser uma dança. Para não falar que eu é que sou chato, quando ele terminou duas músicas (pareceram intermináveis momentos de tortura), alguém sugeriu “mais um?” e o bar inteiro foi unânime: NÃO!!!!
O Sampa Crew acabou entrando quase meia noite e meia (de uma quinta L). Conforme o tempo, nossa percepção sobre as coisas acabam mudando, não porque elas tenham mudado, mas sim porque nós mesmos mudamos (e eu particularmente deixei de lado preconceitos musicais). Eu estava achando que seria um show estilo “brega anos 90” para dar risada e acabei até que gostando, especialmente ao perceber que o Sampa Crew é a versão tupiniquim do Boyz 2 Men. As melodias e o arranjo vocal das música é bom e, se as letras não são aquele primor, ao menos ficam no mesmo nível do “pop romântico meloso” dos seus inspiradores.
Veria um show deles novamente de boa!
Onde: Central da Villa (Rua Fáustolo, 1430 – Lapa – SP)
Quando: 08/10/2015
Bom: preços e espaço
Ruim: o mix de estilos musicais não é legal
Site: http://www.centraldavilla.com.br/
Facebook: https://www.facebook.com/centraldavilla
Be happy! 🙂