Acho que sofri com este livro aquele eterno problema causado por conta da relação “Expectativa X Realidade”. Eu sempre ouvi falar muito, mas muito bem de García Márquez (o cara é inclusive ganhador de Nobel de Literatura), então acho que acabei criando muita expecativa em torno deste livro, que foi o primeiro que eu li dele.
E o livro não é ruim, mas sei lá, estava esperando algo sensacional, daqueles livros que você não consegue largar até terminar. E infelizmente não aconteceu.
“O Amor Nos Tempos do Cólera” conta a estória de amor de Florentino Ariza e Fermina Daza um casal de jovens namorados que, separados principalmente por conta de convenções sociais, se reencontra mais de 50 anos depois, logo após Fermina ter perdido o marido, para retomarem sua história de amor, ou talvez iniciar uma de verdade.
O livro começa inicialmente contando os fatos que acabam culminando no falecimento do já idoso Juvenal Urbino, marido de Fermina. À partir deste ponto, Garcia Márquez desenrola, uma de cada vez, algumas linhas de estória: a do próprio Juvenal, a de Fermina, onde nos é introduzido Florentino, depois a estória do casal Juvenal e Fermina, depois a estória de Florentino durante os 50 anos em que ele esperou por Fermina. Cada uma destas linhas segue uma linha temporal própria, com elas se cruzando algumas vezes e ao final de cada uma delas, ele volta no tempo para iniciar a outra.
Apesar da narrativa ser muito bem construída (e o estilo ser muito bonito também), muitas vezes peca pelo excesso de detalhes e torna a leitura um tanto cansativa, especialmente por conta dos parágrafos e capítulos muito longos.
Muita gente acha um lindo romance e acha lindo o fato de Florentino esperar mais de 50 anos por este amor (“…por cinquenta e um anos, nove meses e quatro dias.”). Confesso que fiquei com sentimentos dúbios: algumas horas eu achava que era uma bela estória de amor, porém em vários eu achei que o que Florentino tinha era uma obsessão doentia, talvez um sentimento de posse, de que Fermina teria que ser sua à qualquer custo um dia.
Mas se a última impressão é a que fica, o último capítulo, onde os dois amantes (Fermina e Florentino) se desprendem de convenções sociais e resolvem viver um amor na terceira idade é sim muito bonito. Diria até terno. Especialmente porque eles simplesmente começam a viver uma vida sem se preocupar com o amanhã ou com o que as pessoas iriam pensar e se preocupam apenas em aproveitar aquele momento já no final de suas vidas.
Be happy 🙂
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