(25/08/2018-30/08/2018)
Dia 1 – Sábado
A boa impressão sobre a costa da Dalmácia ja se iniciou ao nos aproximarmos de avião ao Aeroporto de Dubrovnik: a vista aérea, mesmo com o tempo não tão bom, é muito bonita. Depois de desembarcarmos e fazermos todos os trâmites (pegar mala, comprar chip, retirar o carro) nos dirigimos até Dubrovnik (o aeroporto fica em outra cidade, a cerca de 20 kilometros) e a boa impressão só foi se confirmando (apesar do mau humor da atendente da locadora). Ao chegarmos em Dubrovnik e nos perdermos um pouco na região central (as ruas são todas de mão única), finalmente encontramos a simpática pousada Villa Dubrovnik Garden e nos registramos. Após subirmos algumas escadarias carregando as malas, debaixo de um baita sol, deixamos elas no quarto e fomos aproveitar nossa curta estadia na cidade.
De cara nos dirigimos à Cidade Antiga, que é toda cercada por altos muros. Pode-se pagar um ingresso e andar por toda a murada, mas como o tempo era curto preferimos passar. Andamos um pouco pela cidade antiga, que estava bem lotada, passando pelas vielas estreitas e admirando a arquitetura. Pegamos a saída que dá acesso ao porto e caminhamos dali até Banje Beach, que parece ser a praia mais badalada da cidade. A cor do mar e a translucidez da água são impressionantes! Voltamos então para dentro da cidade antiga e fomos dar uma volta na parte mais alta, que é basicamente residencial. Existe a opção de se hospedar por lá também (Dubrovnik, como toda a Croácia, é cheia de opções de AirBnB, Pousadas, etc.) mas fica o aviso: precisa encarar bastante degraus.
Depois do passeio, resolvemos caminhar uns 3 kilômetros até a região do Novo Porto, que atualmente está se tornando uma região turística fora da área da cidade antiga. Demos uma volta por lá e fomos tomar umas cervejas na ótima Dubrovinik Beer Company. Ficamos lá até umas 20:00hrs e depois fomos jantar na Bon Appetit Bistro-Pizzeria, que tem opções boas e baratas, além de ser bem charmosa. Então pegamos um Uber de volta para a pousada.
Dia 2 – Domingo
Depois de tomarmos um café da manhã bem caseiro, pegamos a estrada de novo com destino à Split. O caminho entre as duas cidades é uma atração à parte e cada pequena cidade, vilarejo ou praia era uma surpresa, especialmente antes de chegar na Bosnia (falo um pouco abaixo). Assim como na PCH na Califórnia, o mar fica do lado oeste, então a sensação que tive foi que talvez tivesse sido melhor “descer” (do norte para sul) de Split para Dubrovnik, além de reservar um dia só pra este percurso, para poder assim ir parando. Depois da Bósnia, outra parada interessante é num mirante que dá vista para os lagos Bácina.
Como haviamos programado, paramos também em Makarska, um balneário já próximo a Split, onde demos uma volta pela região do porto e depois almoçamos. É um lugar que valeria até a pena ficar uma noite, mas logo após o almoço seguimos para Split e lá chegando fomos nos hospedar nos Apartamentos Bepo, uma ótima opção para ficar na cidade, tanto pelo preço, quanto pela localização e conforto. De quebra ainda ganhamos uma ótima programação, com muitas dicas, sugeridas pelo Josip, o proprietário e administrador dos apartamentos (uma figuraça!).
Após nos acomodarmos, fomos dar umas voltas pela cidade antiga e o calçadão à beira da baia. Paramos para comer e fomos tomar umas na Leopold Craft Beer. Porém fomos “expulsos” por uma onda inesperada de frio e chuva. O bar em sí é pequeno e existe uma área externa que, apesar de coberta, é aberta (tipo uma edícula), então preferimos pegar umas cervejas e irmos tomar no apartamento, até para dormirmos cedo e fazermos a programação sugerida pelo Bepo.
Dia 3 – Segunda
O Marjan Forest Park é uma enorme área verde situada numa península na parte oeste da cidade e que ocupa uma boa parte dela. Além de ser um parque, existem várias praias, trilhas e alguns pontos de interesse. Para quem quer pegar uma praia enquanto estiver na região, é uma boa opção às ilhas. Algumas praias também contam com boa infraestrutura, mas qualquer espaço com acesso à água pode ser usado. Uma das primeira praias em que passamos foi Bene Beach, que conta com bastante infraestrutura como banheiros, restaurantes, playground e piscinas naturais. Porém resolvemos apenas olhar e continuarmos a caminhada até a Kasjuni Beach, onde já tinhamos programado de curtir.
Kasjuni tem dois bares, porém à exemplo da Grécia, precisa pagar para usar as cadeiras (cerca de US$ 22.00 por cadeira). Consumir no local também é um pouco caro quando comparado com os preços da cidade. Mas a praia é bem bonita e a floresta dá um visual interessante. Uma coisa chata porém é que o fundo é de pedra, ou seja, horrível para se entrar descalço. Até os locais usam aquelas sapatilhas para esportes náuticos.
Depois de algumas horas aproveitando a praia e o sol, pegamos as coisas e continuamos andando até a próxima praia, Ježinac Beach. Esta praia parece ser mais popular do que Kasjuni e inclusive os preços no enorme “quiosque” são bem mais baratos (a cerveja custava cerca de metade do preço). Ela também conta com algumas piscinas naturais. Logo em seguida fica a Baia Ježinac, que também tem algum espaço para jogar uma toalha e tomar um sol. Para quem quer um pouco de infraestrutura, existe um bar na marina ali presente, mas ai sem acesso à água.
Voltamos para o apartamento para tomar um banho e tirar o sal do corpo e fomos, depois de demorarmos dois dias para decidir, comprar o ticket do ferry para Hvar no outro dia. Como haviamos pesquisado e programado, fomos conhecer a Mandrill Nano-Brewing, uma pequena cervejaria, onde tudo é nota 10: atendimento, a pizza (feita por um dos cervejeiros) e a cerveja. Só faltou o sample flight. Depois voltamos para o calçadão, onde estava ocorrendo alguns shows dentro da programação de verão.
Dia 4 – Terça
À partir de Split existem várias opções de passeios para diversas ilhas na região, com diversos tipos de programação: festa no barco, passeios mais calmos com almoço incluso, jantares à noite, etc. Depois de pesquisar bastante, haviamos resolvido não fazer nenhum passeio (para não ficar preso a uma programação) e resolvemos apenas ir de ferry para Hvar.
Apesar da ilha ser grande, o vilarejo central de Hvar é pequeno, com várias pequenas praias (também de pedra) e o mar muito limpo e lindo. Talvez valesse pegar uma praia alí (mas não fomos preparados), mas ao contrário do que havia pesquisado, não creio que valha a pena ficar hospedado na cidade, a não ser que a intenção seja visitar as diversas praias e ilhas próximas. Um detalhe é que no calçadão que margeia toda a baia da área central é proibido andar sem camisa, em roupas de banho e consumir bebida alcólica, a não ser em bares. Depois de andarmos por praticamente todo o centro da cidade e até irmos em umas praias mais distantes, paramos num bar para tomarmos umas cervejas e observar o movimento enquanto esperávamos o horário de volta do ferry.
De volta a Split, demos uma volta novamente em Old Town e paramos na Kantun Paulina para comer um Kobasice, um sanduiche recheado de Ćevapčići (tipo uma linguiça/croquete de carne de porco) com um molho apimentado, que é um sanduiche típico da cidade. Existem outras opções no menu, mas a mulher que nos atendeu não nos deu opção de escolha…..hahaha. De qualquer forma o sanduiche é bem gostoso e valeu a experiência.
Deixamos as coisas em casa (já estávamos chamando o apartamento de “nossa casa”), tomamos um banho e fomos tomar uma num bar próximo ao porto. Mais tarde fomos experimentar um dos pratos típicos da Dalmátia, a Pašticada, no Fife Restaurant. O prato é uma peça de carne que marina no vinho por um dia e depois é cozida em um molho de tomate e ameixa, sendo então servida com nhoque frito (outra especialidade da região). Tão bom que reproduzimos o prato em casa algum tempo depois. Como não haviamos conseguido aproveitar o Leopold na primeira noite, fomos até lá para finalizar a noite e a estadia na agradável Split.
Dia 5 – Quarta
Saímos cedinho na quarta em direção a Zagreb, mas antes, como já haviamos programado, paramos em Zadar. Além da cidade antiga (também murada!), outra atração local é o famoso Sea Organ , uma instalação arquitetônica na beira do calçadão, ao lado da cidade antiga, que produz sons à partir do movimento do mar. Bem interessante, tanto a cidade antiga quanto o órgão, mas só vale uma parada se realmente tiver tempo. Se a agenda for apertada, pode pular sossegado.
Depois de um pouco de trânsito no horário de rush, finalmente chegamos à Zagreb. Só de entrar pela cidade de carro já bateu aquela sensação de “acho que vou gostar daqui”. Fizemos o check-in e já fomos logo passear pela região central. Passamos pela praça King Tomislav Square e pelo parque Zrinjevac, que ficam colados (não dá pra saber quando termina um e começa o outro). Ambos muito bem cuidados, cheios de flores e com muita gente aproveitando o bom tempo. Dalí fomos para a praça principal e me bateu a sensação de “isto não me é estranho”.
Apesar de não ter feito parte da União Soviética, a Iugoslávia, país do qual a Croácia fazia parte até o início da década de 90, era um país comunista que fazia parte da cortina de ferro, os países que se alinharam à União Soviética. E ai explica minha sensação de já ter conhecido: tanto a região central, mais antiga, quanto as partes mais novas da cidade, lembram bastante a parte oriental de Berlin. Não tem como não amar.
Passeando mais pela cidade, entramos em vielas, pelo meio de prédios, até que caímos no parque Zrinjevac, onde estavam ocorrendo várias atividades para crianças, que estavam em período de férias. E eis que de repente a gente acha o Art Park. Ai bateu paixão por Zagreb mesmo.
O Art Park é um misto de beergarden com playground para crianças e algumas instalações artísticas. Quando a gente chegou tinha um DJ tocando, um monte de pais tomando sua cerveja enquanto as crianças brincavam, gente com cachorro, grupos de amigos fazendo happy hour após o batente. Me senti quase no Mauer Park num domingo de verão.
Depois de tomarmos umas cervejas por lá e aproveitarmos o clima e a vibe, fomos até a St. Mark’s Square, que conta com alguns prédios históricos bem bonitos. Depois fomos jantar na Pivnica Medvedgrad Ilica, que além de ótimas cervejas artesanais, também possui pratos da culinária local muito bons. De lá voltamos para o nosso hotel, que tinha um “parklet” na frente (como muitos outros estabelecimentos na cidade), então aproveitamos para tomarmos a saideira antes de irmos descansar.
Dia 6 – Quinta
Levantamos cedo e fomos dar uma volta numa parte menos turística da cidade, no lado oeste, onde existem alguns teatros, museus e muitos edifícios antigos. De lá fomos para Lower Town, que lembra bastante Brasília (e a Karl Marx Alle em Berlin), com uma avenida larga onde existem prédios comerciais com cafés e restaurantes no térreo e ao fundo as “quadras” residenciais. Novamente fiquei com a impressão que o Oscar Niemeyer talvez tenha se inspirado na arquitetura dos países da cortina de ferro quando pensou na capital do Brasil.
Passamos então pela praça Sveučilišna livada, um jardim comprido, com fontes e bem florido. Interessante os bancos com painéis fotovoltaicos e entrada USB. Depois fizemos uma bela caminhada até o shopping Avenue Mall para ver se achávamos a camisa da Seleção da Croácia, mas nem lá encontramos (só haviam réplicas baratas). Pegamos um Uber/Táxi pra voltar, com o Mladen, um motorista muito simpático, que explicou um pouco sobre a cidade, o clima e a economia, além de batermos um papo rápido sobre rock e a ponte Jimmy Hendrix. Descemos no parque Zrinjevac e fomos dar uma volta na parte oeste da cidade, que é um bairro mais comum e pouco turístico.
Na caminhada em direção a região central, paramos no simpático Fine Torte para tomarmos um café. De lá adentramos no Park Ribnjak, onde também estava ocorrendo um grande evento destinado à crianças. Em seguida fomos até a Catedral de Zagreb. Do lado da catedral fica o Dolac Market, o mercado central, porém acabamos pegando somente a xepa, já que a feira termina por volta das 14 horas. Passamos também pela Ulica (Rua) Ivana Tkalčića, um calçadão cheio de bares e restaurantes, que aparentemente é bem turístico. Pegamos outro Uber (desta vez um carro normal) e fomos até a The Garden Brewery que fica num distrito industrial da cidade e, como o nome indica, conta com um belo e amplo jardim. Ainda voltamos novamente Pivnica Medvedgrad Ilica para jantarmos e depois fomos de volta para o hotel, pois teriamos que estar no aeroporto às 4:00 da manhã para pegarmos nosso vôo com destino a Munique, a última perna desta Eurotrip.
Observações, dicas e considerações:
- Pelo que eu entedi o Uber é muito utilizado na Croácia, inclusive para transporte entre cidades. Dá até para pegar um Uber, com preço fechado, até a Bósnia (tudo pelo aplicativo).
- Na região central de Dubrovnik é muito difícil estacionar, pois a maioria das vagas é reservada aos moradores. E na cidade antiga não se entra de carro.
- Sim, existe um faixa de 10 kilometros da Bósnia-Herzegovina que divide a Croácia em duas partes e provavelmente deve ter sido resultado de acordos para garantir acesso ao mar para a Bósnia, quando houve o desmantelamento da Iugoslávia. Mas parece que os Croatas não gostaram muito, pois a maioria das placas do trecho, que contém os dois idiomas, tem a parte em Bósnio pichada, provavelmente pelos Croatas.
- As pessoas de Zagreb aparentemente são bem simpáticas e descontraídas, novamente me lembrando o povo de Berlin.
- Os taxistas em Zagreb trabalham com aplicativo do Uber, portanto não estranhe se chamar um e aparecer um táxi.
- Nas auto-estradas principais o limite de velocidade é de 130 km/h, apesar de apenas duas faixas em cada direção. Mas os motoristas andam bem acima disto.
- Apesar de não entender patavinas de Croata, o som do idioma me pareceu bem mais familiar do que o Grego, apesar do Português ter algumas palavras herdadas do Grego.
- Mladen, o uber-taxista que também era guitarrista, nos contou sobre a Ponte Hendrix: em algum momento no início dos anos 90 alguém pixou apenas a palavra “Hendrix” na ponte. Mesmo com a maioria da população não sabendo do que se tratava, a ponte começou a ser chamada de Hendrix. Algumas tentativas de apagar o grafite ocorreram, mas ele sempre aparecia novamente. Até que em 2016 a prefeitura decidiu, finalmente, batizar a ponte com o nome do famoso guitarrista. Infelizmente acabamos não passando por ela. Quem sabe na próxima.
Be happy 🙂







































































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