Wanderlust #43 – Lisboa, Sintra, Cascais e Setúbal – Portugal (Parte II)

(27/Jun/2017-03/Jul/2017)

Praça do Comércio – Lisboa

Dia 1
Chegamos na fantástica Estação do Oriente (que inclusive me lembrou a Hauptbahnhof de Berlin) e pegamos o trem local (tipo um CPTM) até Entre Campos, onde ficava o nosso hotel. Deixamos a mala e fomos dar uma volta, seguindo pela Avenida da República, que é uma área com muitos prédios comerciais. Descemos logo após pela Avenida da Liberdade até a região turística de Lisboa, que fica bem próxima ao Tejo.

Demos uma volta pela regiao do Chiado, Baixa, Rossio e Praça da Liberdade, bem rapidamente, pois queriamos parar em algum barzinho na Alta para tomarmos algo e darmos uma descansada.

O Bairro da Alta é formado por uma série de ruas paralelas, bem estreitas. Perpendicularmente existem vários “escadões”. A região é repleta de casarões antigos que foram convertidos em hotéis, hostels, bares, restaurantes, entre outros, e se juntaram aos comércios mais antigos.

Primeiramente paramos em um pequeno bar de cervejas especiais que encontramos por acaso (e cujo nome eu incrivelmente não me recordo). Depois encontramos uma tasquinha com mesas nos degraus (esta ficava numa perpendicular), onde pudemos nos sentar e petiscar algo enquanto observávamos a movimentação. A região da alta lembra muito a Vila Madalena, com uma galera bem diversa (turistas mais “chiques”, mochileiros e locais) circulando por ali, muitas vezes comprando cervejas num mercadinho e simplesmente sentando nas escadarias para ver o tempo passar.

Dia 2
Saimos cedo, debaixo de uma leve chuva, em direção a parte “turística” de Lisboa.  Passamos pelo Parque Eduardo VII e descemos por ele até a Praça Marques de Pombal. Pegamos a Avenida da Liberdade até a Praça dos Restauradores, onde pegaríamos o elétrico (como são conhecidos os bondes em Lisboa) até Belém.

Descemos em frente ao Mosteiro dos Jerónimos, uma bela construção de mais de quinhentos anos que lembra o Mosteiro do Largo São Bento, em São Paulo. Atravessamos o Jardim da Praça do Império em direção à margem do Tejo. Fomos até o Padrão dos Descobrimentos, que é um monumento em homenagem aos navegadores e descobridores portugueses. Achei bem interessante, mais até do que a Torre de Belém, que fica logo ao lado e é a principal atração da região (Belém é um bairro de Lisboa, e não outra cidade, como pensava). A torre é até bonita, mas talvez quem ouça falar pense que ela é grande. Paga-se para entrar na torre (não fizemos). Ao lado da Torre fica também o Farol.

Na volta à região do Mosteiro, passamos pelo Centro Cultural de Belém, que é uma edificação antiga (provavemente um forte) que foi reformado para abrigar restaurantes, cafés e galerias de arte. Claro que antes de pegar o elétrico (que tem wi-fi livre!) de volta à região central de Lisboa, fomos experimentar os famosos Pastéis de Belém.

Desembarcamos do elétrico no Cais do Sodré, uma das várias regiões revitalizadas de Lisboa. Existem várias barraquinhas com comida e bebida e vale uma parada (pena que estava ventando muito!). Fomos em direção à região da Baixa-Chiado pois queria ir numa cervejaria naquela região. Paramos antes para comer no Tapas da Trindade, que tem petiscos muito bons. Depois finalmente fomos no Duque Brew Pub, que fica em um dos varios escadões que ligam a região da Baixa à Alta.

Depois das cervejas, fomos jantar no restaurante Lisboa 33 e, quando estávamos nos dirigindo ao metrô para voltar ao hotel, notamos que estava rolando uma apresentação de música no Largo Duque de Cadaval. Sentamos num bar por ali e, assim que pedimos a cerveja, a apresentação terminou. Pelo menos deu pra tomar mais uma!

Dia 3
Na quinta-feira tomamos o trem em direção a Sintra, uma cidade bem turística a oeste de Lisboa, em uma região montanhosa. Lá passamos pelo Palácio Nacional e pegamos a trilha que existe no Parque da Pena para subirmos morro acima até o Castelo dos Mouros e o Palácio da Pena.

A trilha tem uns três quilômetros de subida por um caminho bem sinuoso. É cansativo porém vale muito a pena para quem tem pique, já que o parque é bem bonito. Também se tem uma boa vista da cidade (que fica na parte baixa). Dá para tomar ônibus, táxi ou então optar por um dos diversos modos oferecidos pelas agências locais para se chegar até o topo. Preferimos não entrar em nenhum das duas atrações e resolvemos apenas vê-las por fora (o acesso é pago).

Na volta demos uma passada em frente à Quinta da Regaleira (cujo acesso também é pago) e passeando pelas ruas estreitas da cidade acabamos encontrando a Tascantiga, uma tasquinha bem aconchegante e com ótimas opções de petiscos, onde aproveitamos para “almoçar”.

De volta a Lisboa, conforme já haviamos nos programado, fomos visitar a Cerveteca, um bar de cervejas especiais bem interessante. Só precisa chegar cedo pois como o lugar é pequeno, lota rapidamente. Na saída fomos comer algo na Pão de Canela, que fica em frente ao belo Jardim Fialho de Almeida. Infelizmente não havia mais pães de sandes!

Dia 4
Na sexta fomos conhecer Cascais, mas descemos na estação de Estoril, que é uma freguesia (o equivalente aos bairros brasileiros) do município de Cascais e fomos andando em direção à area central da cidade (e mais além). Nesta caminhada, passamos por diversas praias, como a Praia do Tamariz, a Praia da Duquesa, a Praia da Ribeira. Todas muito belas, bem limpas, com água azul transparente.

Depois do centro da cidade, visitamos a Fortaleza Nossa Senhora da Luz, que foi transformada em um centro de artes com o nome de Cidadela Art District. Seguindo em direção à Boca do Inferno, uma falésia que foi esculpida pela açao das ondas, passamos também pelo farol de Santa Marta. Na Boca do Inferno existem uns dois ou três estabelecimentos para tomar um “refresco”, então aproveitamos para tomar umas cervejas artesanais que eles tinham engatadas. Na volta, como fazia tempo que não tomávamos cerveja na praia, resolvemos parar em um restaurante da Praia do Tamariz para tomarmos algumas geladas. Vou dizer que moraria fácil em Cascais / Estoril!

Na volta à Lisboa descemos no Cais do Sodré para caminharmos até a Sé de Lisboa. Também passamos pelo Portal de Alfama (que depois fui conhecer mais ao ler a História do Cerco de Lisboa, do Saramago), o Castelo de São Jorge e, andando pela região de Alfama acabamos caindo n’O Galhardo onde experimentamos um chouriço assado na hora e uma ótima farinheiro com ovos.

Dia 5
Sábado resolvemos ir até Setubal, meio que de última hora (a gente não faz muita programação antecipada). O passeio de trem passando pela Ponte 25 de Abril (irmã da Golden Gate, em São Francisco, que também tem algumas outras semelhanças com Lisboa) é em si uma atração turística. Lá chegando fomos andando a esmo pela cidade, primeiramente passando pelo Mercado do Livramento (conhecer os mercardos centrais das cidades é um ótimo programa), e depois na Praia da Saúde, onde paramos no Rockalot para experimentar o imperdível Caipirão.

Seguimos até o Parque Urbano de Albarquel e depois voltamos para a melhor das descobertas da cidade: o Yellow Bus, que já haviamos visto anteriormente, mas que estava fechado e nos programamos para voltar mais tarde. Que idéia fantástica a de montar um “beach club” tendo como base um ônibus transformado em bar! Sentamos alí e ficamos algumas belas horas só apreciando a paisagem e tomando umas cervejas (e mais uns caipirões, claro!).

Na volta à Lisboa, passamos pelo Chiado e fomos à Alta, pois ainda não havia assistido a uma apresentação de Fado (não pode faltar na visita à Lisboa). Paramos em um restaurante (que não lembro o nome) para jantarmos e assistirmos a uma apresentação.

Após o jantar, dando umas voltas pela Alta, acabamos topando com o Alface Hall, que é um bar com música ao vivo no térreo de um hostel. Muito boa pedida para curtir à noite!

Dia 6
No domingo pegamos o metro até a Estação do Oriente (onde haviamos desembarcado na cidade) para conhecer a região, que era uma zona portuária que foi recentemente revitalizada, mais ou menos como a Estação das Docas em Belém. A orla, que é bem maior que a da Estação das Docas, conta com um jardim linear, um teleférico (que simplesmente leva de uma ponta a outra da orla), alguns parques, locais para eventos, etc. Atrás do parque linear (e portanto sem vista para o Tejo) ficam os bares e restaurantes. Espero que façam o mesmo tipo de revitalização no Rio e começem a colocar bares e restaurantes naquela região do Pier Mauá.

Voltamos novamente para a região da Alta e, ao pararmos no Largo Trindade Coelho para tomarmos um sorvete, fomos presentados com uma apresentação de um coral. Já que já estávamos lá, resolvemos tomar umas cervejas e acompanhar a apresentação até o final. Depois fomos novamente até a alta para jantar e encerramos a noite (e a viagem) novamente no Alface Hall.

Observações, dicas e considerações:

  • A primeira observacão é sobre a educação dos portugueses. Tanto a educação formal (de falar correto, de quase todo mundo falar inglês praticamente sem sotaque, etc.) quanto os bons modos no tratamento dispensado às pessoas, não só turistas. Fiquei impressionado e muito feliz pelos patrícios.
  • Em Portugal também se deixa a esquerda livre na escada rolante.
  • Outra coisa é o cuidado na apresentação dos pratos em restaurantes. Pode ser a “birosquinha” mais simples, tem toda uma forma de montar o prato, de servir, de trazer a conta, etc.
  • Bem antes da internet os portugueses já tinham sua forma de obter feedback: o livro de reclamações (que também existe em alguns antigos estabelecimentos brasileiros) e o livro de elogios. É o “thumbs up” e “thumbs down” old school.
  • Nos pontos turísticos de Lisboa existem traficantes oferecendo seus “produtos” quase livremente. Como o consumo de qualquer droga, e o consequente porte para consumo, é liberado em Portugal, eles andam com poucas quantidades e, caso a polícia os enquadre, é só alegar que a droga é para consumo próprio. Como eles só serão presos caso forem flagrados vendendo, a polícia até faz vista grossa para estes pequenos traficantes.
  • Em tudo quanto é lugar a poesia se faz presente. Tem quadros e pinturas com trechos de textos de poetas portugueses em bares, estações de metro, padarias, etc.
  • Bem legal a idéia de colocar os adolescentes para trabalhar como voluntários na limpeza das praias, nos pontos de informação turistica, entre outros. É uma maneira de fazê-los ter uma consciência maior quanto ao seu papel na sociedade.
  • Em tudo quanto é biroska tem cerveja na pressão (as taps, ou chope, como chamam no Brasil).
  • Interessante o “fado de improviso”. É muito parecido com o repente e o samba de partido alto: tem uma estrofe que se repete e os cantores vao improvisando os versos das quadrinhas.

Be happy 🙂

Parque Eduardo VII – Lisboa

Mosteiro dos Jerónimos – Lisboa

Jardim da Praça do Império – Lisboa

Torre de Belém – Lisboa

O famoso pastel de nata de Belem – Lisboa

Cais das Colunas – Lisboa

Praça Rossio – Lisboa

Castelo dos Mouros – Sintra

Parque da Pena – Sintra

Palácio da Pena – Sintra

Parque da Pena – Sintra

Parque da Pena – Sintra

Quinta da Regaleira – Sintra

Estoril

Piscina Oceânica Alberto Romano – Cascais

Boca do Inferno – Cascais

Alfama – Lisboa

Duas gratas surpresas: caipirão e Yellow Bus – Setúbal

Poesia até nas estacões do Metro – Entre Campos – Lisboa

Curtindo a sofrência do Fado – Lisboa

Oriente – Lisboa

Jardim do Passeio dos Heróis do Mar – Lisboa

Alfama – Lisboa

3 ideias sobre “Wanderlust #43 – Lisboa, Sintra, Cascais e Setúbal – Portugal (Parte II)

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