Considero o livro “Virando a Própria Mesa”, do Ricardo Semler, um dos dez livros que mudaram a minha vida. Neste livro ele descreve como passou de um playboy que poderia apenas ter aproveitado o status quo e sua posição confortável nele para curtir a vida com os recursos que seu pai já havia garantido para a família. Mas ao invés disto, preferiu se aventurar e se reinventar, questionando e tentando mudar a parte do mundo que lhe é possível (incluindo a sí mesmo).
“Perguntaram a três cortadores de pedra o que eles faziam. O primeiro disse que cortava porque era pago para fazer isto. O segundo respondeu que usava técnicas especiais para moldar pedras de forma incomum e prosseguiu para demonstrar sua habilidade. O terceiro apenas sorriu e disse: Eu construo catedrais”
Nao que eu seja playboy ou meus pais tenham garantido meu futuro (muito longe disto!), mas se alguém que se beneficia do status quo tem coragem para desafiá-lo, por que cargas d’água eu, que não tenho beneficio nenhum, teria que me conformar? Então junto com outras coisas, o livro me ajudou a abrir a cabeça e a não seguir aquele roteiro que nos é imposto assim que nascemos (nascer, crescer, estudar, arrumar um bom emprego, ser aquele “dito cidadão respeitável que ganha quatro mil cruzeiros por mês” e que acaba sentado “num trono de um apartamento com a boca escancarada e cheia de dentes esperando a morte chegar”). A parte do livro em que ele descreve como descobriu que seu amor pela música era bem maior que o seu talento para ela, o que o fez desistir do sonho de ser músico, também foi algo que me influenciou (e no meu caso, além da falta de talento, sempre faltou disciplina).
No segundo livro que eu li do Semler, o “Você Deve Estar Louco”, ele discorre mais sobre como ele mudou a forma e a cultura das empresas que herdou do seu pai. E de certa forma também me influenciou no sentido de entender em que tipo de empresa eu gostaria de trabalhar.
Maverick é uma compilação dos dois livros feita para o mercado americano, ou seja, tem um pouco da biografia do Semler, mas o grosso do livro é sobre as experiências e o modelo implementado por ele em suas empresas. O público alvo talvez tenha sido a razão de ele ser escrito mais como um manual de negócios do que apenas como uma história, como acontece com os dois livros lançados no Brasil.
Se alguém está buscando um manual de praticas empresariais, o Maverick é um ótimo livro, já que vai direto ao ponto. Agora se a pessoa quer apenas ler uma boa história, que pode servir ou não de motivação pessoal, sugiro ler os dois lançados em português, especialmente o “Virando…”.
Be happy 🙂