Wanderlust #39 – San Francisco – Califórnia (3/51) – Estados Unidos

(30/Mar/2017-02/Abr/2017)

Devido aos imprevistos ocorridos na trip entre LA e San Francisco, pegamos um baita de um trânsito (horário de pico) e acabamos chegando na cidade já a noite. Nos dirigimos ao hotel, que ficava no bairro Tenderloin – um dos mais centralizados e movimentados. A primeira vista, a área onde o hotel ficava não era das melhores e confesso que me incomodou um pouco a quantidade de moradores de rua no local (não pelos moradores de rua, mas por conta de algum perigo). Mesmo quando a recepcionista nos avisou que eles eram todos harmless, ainda fiquei com aquela pulga atrás da orelha, mas mesmo assim fomos dar uma volta e procurarmos algo para comer. A região central estava deserta, o que me causou um estranhamento, pois mesmo sendo uma quinta à noite, normalmente algum movimento nas áreas centrais existe. Então a primeira impressão da cidade acabou não sendo muito boa. Depois de comermos nos dirigimos ao Zeigeist, um bar com temática punk, ótimas opções de cervejas e um aprazível biergarden.

No outro dia voltamos a downtown e a minha impressão começou a mudar: o centro estava muito movimentado, tanto de turistas quanto de locais, já que era um dia útil. De lá, fomos até a região conhecida como Embarcadero, que é a região onde se encontram, além dos terminais de passageiros (lembrando que a cidade fica numa baia, ou seja, para acessar outras cidades precisa usar pontes ou barcos), alguns shoppings, restaurantes, centros de exposições, etc. Toda esta região parece ser sido revitalizada há pouco tempo e parece ter como público alvo os próprios moradores da região

Caminhando sentido norte, chega-se ao Fisherman’s Wharf, que é um complexo com restaurantes, bares, museus, também à beira mar, porém mais voltado para os turistas. Andamos um pouco por ali e seguimos até a Ghirardelli Square, depois subimos a Russian Hill para cair na Lombard Street, que tem a fama de ser a rua mais sinuosa e inclinada do mundo (ela e sinuosa justamente pelo fato de ser inclinada: para que os carros não trafeguem por um declive muito íngreme). Duvido que a fama resistiria se visitassem algumas ruas das periferias de São Paulo ou Rio.

Voltamos para a Ghirardelli Square e pegamos o famoso Cable Car de San Francisco, passeio obrigatório para quem vai à cidade, no sentido downtown. De lá fomos ate a Mission Bay pois queriamos visitar o biergarten da Anchor (que recentemente foi vendida para a japonesa Sapporo). No caminho passamos pelo belo Yerba Buena Gardens. O biergarten da Anchor fica em frente ao estádio dos Giants e, como estava tendo jogo, ficamos pouco tempo (alem de não termos podido pedir o sample flight por este motivo). Já era final de tarde então resolvemos voltar para a região de Tenderloin / Union Square, mas no meio do caminho, na região conhecida como SoMA (South of Market) encontramos a Thirsty Bear brewery e ai toca experimentar mais cervejas. 

Jantamos em um Italiano (sendo mal atendidos novamente!) e voltamos ao hotel. No outro dia, fomos conhecer talvez a atração mais famosa da cidade: a famosa Golden Gate. Para que o dia rendesse, preferimos percorrer a ponte de carro, então passamos por ela e nos dirigimos ao mirante que fica logo do outro lado. A atração é superestimada, como são superestimadas a maioria das atrações nos EUA, mas mesmo assim, a propaganda (em filmes, quadrinhos, livros, etc.) é tanta que mesmo com a consciência de que não passa de uma ponte, você ainda acha legal….hahaha

Depois de algumas fotos, seguimos para Sausalito, uma pequena cidade que fica do outro lado da baia. É uma pequena e charmosa cidade litorânea. Valeria a pena almoçar em alguns dos restaurantes a beira mar, mas ainda era muito cedo e então voltamos rápido. Na volta, já tínhamos programado para visitar um outro mirante, que proporciona uma vista do outro lado e por cima da ponte. Neste mirante precisa de paciência, pois existem poucas vagas (demos sorte de alguém estar saindo quando já estávamos quase desistindo).

De lá fomos para o Golden Gate Park, que mereceria um dia somente para ele, e também passamos em Ocean Beach, que fica na frente do parque. Nunca ouvi falar que San Francisco tivesse turismo voltado para as praias, como Los Angeles ou San Diego. Se as demais praias da cidade forem como Ocean Beach, está entendido o motivo. Não que seja feia, ou suja. Simplesmente não é nada. Não é bonita (tampouco é feia), não tem onda (para servir aos surfistas), não tem restaurantes. É apenas sem graça.

Deixamos o carro no hotel e fomos explorar um pouco mais, iniciando pela Union Square (por onde já tínhamos passado no dia anterior, muito rapidamente) e passando por Chinatown (sem graça como todas as Chinatowns que eu já conheci). Caminhamos então para o Fisherman’s Wharf, para onde queríamos voltar para comprarmos alguns souvenirs, tomarmos um clam chowder e depois fazermos hora até o pôr-do-sol no Jack’s Cannery Bar, que havíamos visto anteriormente. No caminho cruzamos com o Washington Square Park, que estava tomado de pessoas aproveitando o belo dia de sol (e tomando cervejas e vinhos!). 

Pra encerrar a trip da Califórnia era hora da já tradicional (para a costa leste dos EUA) foto do pôr-do-sol.

Assim como ocorreu com o Rio de Janeiro, sai de San Francisco com aquela sensação de “por que não conheci esta cidade antes?”, especialmente porque tive muita oportunidade e nunca me interessei em ir.

Observações, dicas e considerações:

  • San Francisco para mim acabou sendo a mais “brasileira” das cidades americanas que conheci até agora. Uma mistura de São Paulo (culinária, cultura, vida noturna) com o Rio (descontração, praia, despojo).
  • A vantagem em relação às cidades brasileiras é que eles entenderam e aplicam o conceito de “multimodalidade” no transporte: tem trólebus, bonde, metro, trem, bicicletas, tudo muito bem integrado, num nível visto geralmente em cidades europeias.  
  • Para completar, os serviços de transporte individual privado (Lyft e Uber) são tão rápidos, baratos e eficientes que não duvido que, em pouco tempo, pouca gente na cidade terá veículos particulares. É impressionante a disponibilidade do Lyft: você clica na solicitação e o sistema ja direciona um carro que esta a poucos metros de você.
  • Por falar em veículos particulares, ao contrário do restante da California, onde a Kombi é normalmente o “carro descolado”, em San  Francisco o Fusca parece ser o queridinho.
  • Não existem cabines de pedágio na Golden Gate (apesar de ter aviso do valor de pedágio): eles simplesmente fotografam a placa e mandam a conta do pedágio para o endereço de registro do veículo, como se faz com multas no Brasil. Este sistema está sendo implementado em outros estados também (Massachussets, New York e Connecticut são alguns que eu sei que usam). No caso de carro alugado, a locadora irá cobrar, posteriormente, o valor do pedágio (e provavelmente alguma taxa adicional) do cartão usado para a locação.
  • Nao deixe de provar os chocolates da Ghirardelli. Para mim não perde em nada para, por exemplo, os da Lindt. E nas lojas geralmente eles dão amostras grátis. Por isto não hesite em entrar sempre que passar por uma (a dica vale para as outras lojas em toda a Califórnia).  
  • Segundo a Lei da Califórnia, é proibido o transporte de containeres de bebidas alcoólicas que estejam abertos ou com o lacre quebrado (na verdade, a “proibição de beber em público” se resume a leis assim praticamente em todo os EUA). Porém, alguns locais públicos podem permitir, temporária ou permanentemente, a posse de containeres abertos, o que implica, automaticamente, na “revogação” da proibição de consumo. Tem uma lista dos parques em San Francisco onde e permitido aqui.
  • Outra exceção e quando o container está sendo transportado para reciclagem. Fica a dica 😉.

Be happy 🙂

Bonde antigo em Embarcadero

Fisherman’s Wharf

Alcatraz

Fisherman’s Wharf

Fisherman’s Wharf

Lombard Street

Cable Car na Ghirardelli Square

Yerba Buena Gardens

Anchor Beer Garden – Mission Bay

Golden Gate

Sausalito

Golden Gate

Golden Gate

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