Este é um dos lugares que eu mais gosto de frequentar em SP. É um barzinho simples, montado numa casa pequena e antiga, numa travessa da Cardeal Arcoverde (a primeira depois do cemitério). Não tem muita frescura na decoração (alguns quadros sobre a parede de tijolos), as mesas são de madeira (quando consegue-se alguma mesa), a cerveja é padrão (Original, Brahma, Serramalte, Itaipava, etc) e o cardápio não tem muita variedade.
Porém, o que faz a qualidade deste bar são os grupos que tocam no lugar e os frequentadores. Você quer ouvir música brasileira “de verdade”? Tem algum amigo gringo que está por São Paulo e quer conhecer um legítimo boteco brasileiro? Quer ir num lugar para curtir um som, ver gente de tudo quanto é tipo que está afim somente de ouvir um som, tomar uma cerveja e dançar? Então o Ó do Borogodó é o lugar.
De segunda à segunda se apresentam grupos, compostos de ótimos músicos, que passeiam por vários ritmos da música brasileira: samba, chorinho, mpb, maracatu, forró, entre muitos outros. Tem muita música brasileira que eu fiquei conhecendo porque ouvi nas domingueiras do Ó (para mim o melhor dia, mas os outros também são muito bons).
Como a música é boa e foge do que toca na grande mídia, atrai também um público diferenciado e muito diversificado para a casa: tem senhores, jovens estudantes, casais, gringos, todos afim de aproveitar o som e, se o espaço permitir, dançar um pouco, mesmo que não se saiba dançar.
O melhor dia para mim é aos domingos. O som inicia-se entre 21:00 e 21:30, porém, para conseguir pegar alguma mesa (para pelo menos apoiar as garrafas, já que é impossível não ficar de pé e dançar) precisa chegar na hora que a casa abre, as 20:00 horas. Existem dias em que as 21:00 horas já está lotado e não se consegue entrar. Ai fica fila do lado de fora e o esquema é “só entra se alguém sair”.
Quando lota surgem os poucos problemas da casa: como disse, é um casarão antigo, sem muita infraestrutura, então fica um calor imenso (agora colocaram até um ar condicionado, mas dependendo da temperatura externa, não dá conta), o serviço decai um pouco, pois os garçons têm que atender mais clientes e ainda se locomoverem pelo lugar lotado e na hora de pagar é um sufoco, pois tem apenas um caixa.
Os banheiros também são meio precários, mas estão sempre limpos (na medida do possível, ou seja, em que a clientela também colabora com a manutenção da limpeza).
Mas é um lugar para ir, relaxar, dançar, conhecer pessoas diferentes e interessantes. Só precisa ir com a mente e coração abertos, pois literalmente pessoas de todas as tribos ali se encontram e convivem em harmonia. E não pode ter frescura com lugares apertados e com gente suada, afinal de contas, dançar queima calorias, e mesmo nos dias mais lotados, sempre dá-se um jeito de arrumar um par e espaço para dançar.
Onde: Ó do Borogodó (Rua Horacio Lane 21, Pinheiros – São Paulo – SP)
Quando: 26/07/2014
Bom: grupos ao vivo e público
Ruim: é pequeno e quando lota a qualidade do serviço cai e gera fila na hora de pagar
Página do FB: Ó do Borogodó
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