Considerado por muitos como o Magnus opus de Herman Hesse, o Jogo das Contas de Vidro conta a história de Castália, uma sociedade filosófica e mística (por mais que os integrantes de Castália queiram desvincular o misticismo de sua “arte”), existente no ano de 2200, que tem como principal atividade fim o “Jogo das Contas de Vidro” ou “Jogo de Avelórios”, um jogo onde a ciência e as artes se misturam, especialmente a matemática e a música. A primeira parte do livro se dedica a explicar a história (dentro da estória) do Jogo de Avelórios e de Castália.
Para integrar esta sociedade os jovens do sexo masculino são observados e recrutados por mestres e professores que possam identificar neles as virtudes necessárias a um membro de Castália e, objeto destas observações, surge um garoto chamado José Servo, um virtuose que chegará ao ponto mais alto entre os praticantes do jogo, o de Mestre de Avelórios (Magister Ludi). A segunda e mais extensa parte do livro trata-se de uma biografia de José Servo, desde os tempos de menino na escola até a sua morte.
A terceira parte é um conjunto de obras de José Servo.
Acho que dei azar com o Herman Hesse. Depois de uma tentativa frustrada de ler Der Steppenwolf em alemão (tentarei de novo num futuro próximo), fui tentar justo com uma obra densa como o Jogo das Contas de Vidro, que apesar de ter muito conteúdo interessante, tem um ritmo modorrento e cansaitvo.
A primeira parte é principalmente cansativa, pois tenta explicar o funcionamento e a origem do Jogo de Avelórios e precisa-se prestar muita atenção, quando não ler uma passagem mais de uma vez, para entender.
A segunda é modorrenta mesmo, pois reproduz muitos dos pensamentos e discussões filosóficas de Servo com seus interlocutores (Pedro Designori, “O Irmão mais velho”, “o Mestre da Música”, Frei Jakob, etc). Nada contra filosofia, que aliás acho bastante interessante, mas inserir estes pensamentos dentro de longos diálogos ou debates entre dois personagens de um romance não sei se foi a melhor idéia. De qualquer forma, existem várias passagens e pensamentos muito interessantes, mas o leitor precisa estar preparado para encontrar uma estória que não tem a devida fluidez de um romance.
A última parte foi a que achei mais interessante, pois traz os temas centrais de várias das discussões filosóficas ocorridas durante a segunda parte em forma de textos ou poemas de Servo.
Além de Der Steppenwolf, ainda tenho o Sidarta na lista, quem sabe eles não mudem minha impressão sobre Hesse.
Be happy 🙂