Agora que eu já falei sobre todas as minhas viagens mais atuais, vou começar a falar um pouco das minhas viagens passadas. Terei que recorrer às fotos para tentar relembrar já que a memória não é mais a mesma. É um bom exercício para me lembrar de outros lugares que eu visitei e rememorar boas aventuras. Neste primeiro texto, falarei sobre Londres, o primeiro destino Europeu que eu visitei.
Muita gente acha Londres uma das cidades mais incríveis do mundo. Eu imaginei que seria mesmo, até visitá-la, tanto que foi meu primeiro destino na Europa. Acho que um misto de alta expectativa que não se realizou e o nervosismo de estar pela primeira vez na Europa e fazendo meu primeiro mochilão fizeram com que eu não curtisse muito a cidade. Além disto, acho que escolhi uma época não muito boa para ir a Londres: faltava menos de um ano para a Olimpíadas de 2012 e a cidade inteira parecia um canteiro de obras.
Como sempre faço nas cidades em que vou, gosto de curtir o dia e andar, afim de explorar melhor o local. No dia da chegada, como desembarquei quase as quatro da tarde e até passar pela imigração, pegar a mala e encarar o metrô londrino em horário de pico para chegar no Hostel não deu para fazer muita coisa. Foi tomar um banho e dar uma volta no local, que ficava próximo ao Hyde Park, para encontrar algo para comer e algumas cask ales para tomar. Até porque pretendia acordar cedo no outro dia para aproveitar meus 2 dias na cidade (sim, também planejei mal, devia ter ficado ao menos uns 4).
A única coisa que eu havia planejado realmente era passar em frente ao Palácio de Buckingham, conhecer o Hyde Park e ir na London Eye. O resto eu fui “improvisando” com base em informações obtidas no hostel. Então, no sábado de manhã tomei um ônibus em direção à Abadia de Westminster, que fica ao lado do Big Ben e basta atravessar uma ponte para acessar a London Eye. Uma curiosidade e uma dica: ao contrário do que muita gente pensa, o Metrô não é o meio de transporte primário de Londres, mas sim o ônibus. Primeiro porque existem inúmeras linhas, inclusives noturnas, e em segundo porque as intersecções entre as diversas linhas do metrô as vezes fazem com que você perca muito mais tempo para viajar entre pontos de linhas diferentes do que demoraria de ônibus ou mesmo à pé. E além do mais, eu tinha apenas dois dias e não queria desperdiçar alguns preciosos minutos embaixo da terra, então preferia o ônibus para apreciar a cidade.
Desci quase no Big Ben, que estava todo cercado por tapumes devido à uma reforma. O que mais me impressionou foi a quantidade de turistas naquela região. É uma coisa impressionante. Nem em Nova York eu acho que tinha tanta gente. Após algumas fotos me dirigi até a London Eye. É uma atração bem legal e acho que vale a pena perder uma horinha (30 minutos de fila e 30 minutos o passeio). Depois desta atração fui andar pela cidade: St James Park, Palácio de Buckingham, Marble’s Arch, Hyde Park.
Depois de uma pausa para o almoço (lá pelas 3 da tarde), resolvi ir para Portobelo, pois sabia que aos sábados rolava um mercado de pulgas ali. Pra chegar lá do Hyde Park, passei por Nothing Hill e achei o meu Pub (The Duke of Wellington), onde eu tive que parar na volta para tomar alguns pints.
Durante este percurso, eu notei que as calçadas em frente aos pubs estavam tomadas de gente sentada na guia e bebendo e pensei comigo “caramba, os pubs devem estar lotados”. Quando entrei no Duke of Wellington percebi que lá dentro estava vazio. Ai caiu a ficha que, por terem pouco tempo de clima bom e que propicie aproveitar atividades ao ar livre, os ingleses (e mais tarde descobri que também os outros europeus) aproveitam ao máximo o clima bom quando possível.
Depois de tomar algumas no “meu” pub, jantei e fui tomar em outro pub. No domingo, com uma ressaca braba, acordei e fui até a London Eye novamente, para andar na beira do Tâmisa, meio que sem destino. Perto do Queen Elizabeth Hall havia uma feira de livros bem interessante. Continuando na beira do rio, fui passando pelas pontes, passei pelo Tate e, em um ponto de “bus” (eles chama as barcas que percorrem o Tâmisa de bus) resolvi pegar um barco para Greenwhich (eu tinha pensado neste passeio durante o planejamento da viagem mas não tinha decidido).
Este foi talvez o melhor passeio que eu fiz na cidade (se bem que Greenwhich é outra cidade já). Não pelo destino em sí, já que Greenwhich não tem muita coisa para ver, o meridiano só vale pra tirar foto e o parque mesmo estava praticamente fechado, pois estava em reforma para as olimpíadas (seria o local das provas de equitação). Mas eu peguei um barco em que havia um guia que foi contando a história dos prédios e da cidade em sí e o passeio de uma hora foi praticamente um city (ou river) tour.
Na volta, pausa para um belo Steak e depois fui até a Trafalgar Square. É engraçado como alguns pontos das cidades se tornam pontos turísticos sem ter nenhuma atração propriamente dita. Em Berlin existe a Alexanderplatz, que não passa de uma Praça da Sé. Em Nova York tem a Times Square, que também não passa de uma Avenida Paulista. O equivalente à estes locais em Londres é a Trafalgar Square. É simplesmente uma (bela) praça. Mas não tem nada que possa ser considerado como atração turística.
Já era tarde e resolvi voltar para o hostel e dar uma descansada para poder tomar algumas à noite, já que no outro dia cedo iria tomar o trem com destino à Liverpool (escreverei sobre este destino em breve).
Acho que pelo pouco tempo, o “choque cultural” que sempre bate em um lugar novo e a inexperiência em mochilão, não aproveitei tudo o que a cidade oferece e acho que talvez este seja um destino que eu deva fazer novamente para tentar formar uma melhor opnião.
Observações, dicas e considerações:
- Depois de passar em frente, fiquei com vontade de visitar o Corvette Belfast, um navio de guerra transformado em museu (acabei fazendo um passeio parecido este ano em San Diego) e a London Bridge
- O pessoal que trabalha com o público (motoristas de ônibus, barmans, até o staff do hostel) em Londres é mal educado e mau humorado pra caramba!
- As mulheres londrinas são meio estranhas no dia a dia (eu cheguei num dia normal, no horário de pico, e pude reparar). Elas têm os pés e mãos meio grandes (em relação ao corpo), são meio desajeitadas e se vestem mal pra caramba. A maioria me lembrava a Olívia Palito, namorada do Popeye.
- No metrô sempre guarde o ticket que você usou para entrar, pois vc deve inseri-lo também para liberar a roleta na hora de sair.
- Tente sempre andar com dinheiro trocado para pagar o ônibus. Você não tem a obrigação de pagar com trocado lá (como em boa parte dos EUA), mas os motoristas de ônibus vão te demonstrar todo o mau humor se tiverem que te devolver troco.
- Acabei por não passar na Abbey Road, porque achei que ela ficava em Liverpool (cidade que visitei na sequência e que será tema do próximo Wanderlust). Que burro! Dá zero pra ele!!!!
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