Wanderlust #61 – Helsinki, Finlândia

(29/06/2019-30/06/2019)

Depois de termos ido à Islândia em 2018, havíamos colocado na lista uma trip pelos demais países nórdicos (que não é a mesma coisa de escandinavos, ver abaixo no “Dicas…”). Resolvemos então aproveitar o verão europeu e “matar esta pendência”, fazendo Finlândia, Suécia, Noruega e Dinamarca. A Groelândia, que é um território autônomo ligado a Dinamarca, vai ficar pra outra oportunidade.

Apesar dos países terem muitas coisas em comum, eles também têm muitas particularidades, então além de indicar quando alguma dica ou curiosidade também vale para os demais, vou atualizando e colocando o link para os demais artigos assim que for publicando.

Dia 1

No metrô que liga o aeroporto, que fica em Vanta, uma cidade na região metropolitana de Helsinki (tipo Guarulhos), notamos um monte de gente vestindo roupas ou adereços com as cores do arco-íris. Após deixarmos as bagagens no locker do Forenom Aparthotel fomos dar uma volta na cidade e descobrimos que estava rolando a parada LGBT de Helsinki justamente naquele dia.

Após acompanharmos um pouco a parada, fomos explorar a cidade, que não é lá tão grande. Primeiro passamos por uma praça onde fica a famosa escultura Topelius and Children e logo à frente pela St. John’s Church. Cruzamos o parque Neitsytpuisto, passando pela Saint Henry’s Cathedral em direção ao porto.

Na região do Porto encontra-se o Vanha kauppahalli, um mercadão onde se pode comprar produtos alimentícios diversos (peixes, conservas, embutidos, frutas, etc.) e que também conta com alguns restaurantes. Logo à frente na Kauppatori (Market Square) existe também uma feira, com várias barracas de frutas, comidas e artesanato.

Bem próximo a Kauppatori fica a Esplanadi, um belo e florido Boulevard. Existem alguns bares e cafés na Esplanadi, além de alguns vendedores ambulantes (de sorvete por exemplo). Parece ser um local que os habitantes da cidade curtem bastante, mesmo durante o frio (ou seja, quase sempre).

De lá, caminhamos pelas ruas da área central, muitas delas somente para pedestres e todas lotadas de comércios, até a bela Helsinki Cathedral, onde ocorria um casamento. A grande escadaria ao lado da catedral parece ser um dos pontos mais fotografados da cidade.

Caminhamos então até a Helsinki Central Station, onde tínhamos descido de manhã, mas não paramos para admirar e de lá até a praça Narinkka, uma grande praça cercada de bares e comércio onde fica a famosa Kamppi Kappeli (Capela do Silêncio). Não chegamos a entrar pois ela já estava fechada para visitação, mas dizem que vale a pena.

Já quase no “final do dia” (lembrando que, assim como na Islândia, o sol praticamente não se põe durante o verão em Helsinki) fomos até Torikortellit, um distrito de uns 3 ou 4 quarteirões, com bares, restaurantes, lojas. Inclusive uma das ruas estava fechada para carros devido a uma feira com comida, bebida e música. Mas preferimos mesmo parar na Bryggeri Helsinki para tomarmos algumas cervejas artesanais locais.

De lá, demos mais umas voltas na cidade e acabamos topando com a Pien Shop & Bar, uma loja/bar de cervejas artesanais. Quando estávamos pra ir embora, já as 22:00 (e com o dia totalmente claro), resolvi levar umas cervejas diferentes para tomar no apartamento e aí fui surpreendido com a atrapalhada e complexa lei de álcool da Finlândia (exceto pela Dinamarca, em todos os demais países nórdicos a comercialização de álcool é extremamente regulada).

Escolhi umas cervejas e quando fui pagar o atendente pediu desculpas e disse que eu não poderia levar algumas delas. Segundo ele, pode-se vender cervejas com qualquer teor para tomar na loja até a meia noite e a partir disto só em bares com autorizações especiais. Para levar ele não pode vender nada acima de 5,5% de teor alcoólico. Só as lojas estatais podem vender qualquer coisa acima disto. Porém, após as 21:00 horas o teor cai pela metade e, portanto, ele não poderia me vender nada acima de 2,75% pra eu levar naquele horário. Se quisesse tomar lá tudo bem. Achei algumas cervejas interessantes dentro deste limite e consegui levar.

Na volta para o AP acabamos passando pela Kolme Seppa, uma outra escultura bem conhecida na cidade.

Dia 2

Como já tínhamos visto praticamente tudo na região mais central da cidade, fomos fazer um passeio recomendado por muita gente, a Suomenlinna, uma pequena ilha que faz parte de Helsinki e que precisa ser acessada de ferry. O ticket de ida e volta do ferry custa 5 euros e é válido por 24 horas, o ticket diário que dá direito ao transporte em toda a área central de Helsinki, incluindo Suomenlinna, custa 8 euros e também é válido por 24 horas (contadas à partir do primeiro uso).

A ilha parece uma pequena vila, daquelas que você vê em filme sobre pescadores. Tem várias trilhas e algumas atrações, como a grande (pro tamanho da ilha) igreja e a fortaleza de Suomenlinna. Existe uma pequena praia na ilha que pode ser usada para banho, um castelo e um antigo submarino (a visitação deste é paga).

Depois de algumas voltas, tomamos café no charmoso Café Piper (que só abriu as 10 no domingo!) e depois de passear pelas atrações acima, paramos no início da tarde na Suomenlinna Brewery. Realmente o passeio em Suomenlinna vale muito à pena. 

Voltando para a região continental de Helsinki, passamos de ferry pela Allas Sea Pool, um complexo que conta com piscinas (uma aquecida e uma com a água do mar à temperatura ambiente, ou seja, gelada!), que estava lotada com as pessoas aproveitando os 22 graus de calor. Também passamos em frente a Uspenskin katedraali, que fica em frente ao complexo. Depois fomos nos encontrar com o Hugo, um amigo Brasileiro que se mudou para a Finlândia há uns 5 anos atrás. Paramos no Dekki, um bar aberto que fica na praça Lasipalatsinaukio (que deve ser um paraíso para skatistas) para tomarmos algumas e botarmos o papo em dia, ele nos contando da sua experiência na Finlândia e nós da nossa nos EUA.

Depois de nos despedirmos do Hugo, voltamos à Piên para encerrarmos nossa passagem por este país interessantíssimo!

Observações, dicas e considerações:

  • A parada LGBT de Helsinki parecia ter mais “simpatizantes” do que público LGBT em si. Todo mundo se divertindo bastante. Parecia o carnaval deles.
  • Na praça do mercado existem diversas barracas de comida. É um ótimo local para experimentar a culinária local e também para comprar souvenirs.
  • Na porta de praticamente todos os prédios havia um equipamento composto por duas ou três escovas. Imaginamos que seja para limpar a neve das botas.
  • Até as 11:00 horas do domingo Helsinki parecia uma cidade deserta e nada abriu. Nem os cafés. Em compensação, em frente à estação de trem tinha muita gente “virada” de balada.
  • Como explicado acima, as leis relativas ao comércio de bebidas alcoólicas nos países nórdicos são bem restritivas. Já havíamos notado isto na Islândia e na Finlândia não é muito diferente, sendo que neste caso a estatal responsável pela comercialização de qualquer bebida acima dos 5,5% é a Alko. Nos mercados se encontram cervejas abaixo disto e também abaixo dos 2,75%, inclusive versões de cervejas populares mundialmente, como a Heineken, com este teor.
  • Notamos que em Helsinki havia muitos imigrantes e uma diversidade étnica grande. Imaginamos que o motivo talvez seja o fato de ser uma cidade portuária em um país que fica na divisa entre a Europa e a Ásia. Ok, a parte oeste da Rússia é considerada Europa, mas a maior parte do país fica na Ásia. Aliás, dá para pegar um trem de Helsinki e ir a São Petersburgo em cerca de 4 horas.
  • Somente há pouco tempo notei que as bandeiras dos países nórdicos seguiam o mesmo padrão. Depois de uma googlada descobri que eles estampam a Cruz Nórdica e só se diferem pelas cores. E agora acabei descobrindo também que o padrão inspira várias bandeiras ao redor do mundo, inclusive no Brasil.
  • A Finlândia é o único dos países nórdicos a integrar a União Europeia e a adotar o Euro como moeda. Entretanto os demais países são signatários de diversos acordos, incluindo o tratado de Schengen, que permite a livre circulação de pessoas entre os países do espaço.
  • Como mencionado acima, a Finlândia é um dos países nórdicos, mas acabei descobrindo também (juntamente com a história das bandeiras) que Escandinávia é um termo mais restrito usado para a Dinamarca, Suécia e Noruega. Apesar disto, ninguém vai ficar chateado se alguém se referir à Islândia ou Finlândia como parte da Escandinávia.
  • O Hugo nos deu uma dica que, infelizmente, foi tardia. Ele nos disse que existem navios de cruzeiro que fazem o trecho entre Helsinki e Estocolmo (que seria nossa próxima parada). Normalmente eles saem no final da tarde e cruzam o Mar Báltico durante à noite, chegando na outra manhã à Suécia. Dependendo do Navio tem cassino, cinema, restaurantes, danceteria. Ele disse que é uma divertida opção de transporte entre os dois países.
  • Eu gosto bastante de prestar atenção no idioma dos países que visito, tentando inclusive fazer associações com os poucos idiomas que conheço. Normalmente, ao menos entre os idiomas de origem no ocidente, eu consigo encontrar algumas semelhanças (como citei no post da Islândia, linkado acima). Porém, eu não consegui encontrar nenhuma semelhança do Finlandês (escrito ou falado) com nenhum idioma. E sinceramente, aos meus ouvidos me pareceu mais estranho até do que idiomas do oriente (Chinês, Japonês, Coreano, os vários Indianos). Nosso amigo Hugo mesmo disse que desistiu de tentar aprender e que, se algum dia sentir que o Inglês não é suficiente, ele vai preferir tentar o Sueco, o outro idioma oficial do país.
  • Apesar disto, eles têm a forma mais correta de se referir ao transporte privado individual de passageiros: Taksi!

Be happy 🙂

2 ideias sobre “Wanderlust #61 – Helsinki, Finlândia

  1. Pingback: Wanderlust #62 – Estocolmo, Suécia | Botecoterapia

  2. Pingback: Wanderlust #64 – Copenhagen, Dinamarca | Botecoterapia

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