Apesar de ter lido muitos livros na minha infância e adolescência, não sei o por quê de eu não ter lido este clássico da literatura brasileira até agora. Ainda acompanhei alguns capítulos da novela baseada no livro que passava na Bandeirantes no começo da década de 80. Não sei se pela adaptação ou por causa da minha idade na época, não consegui perceber a beleza desta obra.
Na estória, que tem ares autobiográficos por se passar onde o autor nasceu e ter personagens que fizeram parte da infância dele, Zezé, um menino de quase 6 anos que faz parte de uma família muito pobre e com muitos filhos, cria um mundo de fantasias para fugir da dura realidade da fome, das agressões dos pais e dos irmãos e das privações de coisas que outras crianças de sua idade podem usufruir.
Neste mundo de fantasia, ele cria amizade com Minguinho, um pé de laranja lima, com quem ele conversa e com quem ele brinca e vive parte deste mundo de fantasia. O livro conta várias de suas aventuras até que ele conhece o Portuga, um senhor mais velho, que tem uma afeição por Zezé e se torna uma espécie de substituto do seu pai.
Com características como a inocência e imaginação de Saint-Exupery e a ternura de Gorki, o autor coloca uma certa pitada do “coitadismo” típico do brasileiro (que eu já havia citado no artigo do Gorki), mas ele o faz de uma forma que não fica uma coisa carregada, muito pelo contrário, traz algo a mais de emoção para a história que, junto com a inocência e a ternura faz com que seja inevitável que em algumas passagens os olhos fiquem marejados.
Vou dar o livro para minha sobrinha de 10 anos para ver se ela é mordida pelo bichinho da paixão pela leitura.
Be happy 🙂