O primeiro post desta coluna era para ser sobre Berlin, mas estou trabalhando a tanto tempo no texto e está ficando tão longo (pensei até em quebrar em varias partes) que estou pensando em esperar minha proxima ida a Alemanha, que será em Junho, para escrever tudo de uma vez. Enquanto isto, vou falar sobre a minha mais recente viagem, aos EUA, mas irei dividir em 4 partes: uma para cada uma das três cidades que visitei e uma com dicas para quem viaja aos EUA e algumas observacoes ao longo desta estada (e de outras tantas que já tive por aqui).
Primeiramente, vamos falar de Phoenix, no Arizona, que já conhecia e fui novamente afim de visitar um casal de amigos. Mas antes de entrar nos detalhes da viagem em si, quero falar um pouco sobre os americanos.
BR x EUA
Eu sempre ouvi de todos que não conhecem os EUA, que o Americano é arrogante, frio e individualista. Bem, tem um pouco da doutrinação ideológica que recebemos na escola (“os imperialistas que acham que sao os donos do mundo”), mas também tem outros motivos.
O Brasileiro acha o Americano arrogante, o Inglês antipático, o Alemão muito fechado, os Japoneses muito sérios, mas nunca pára para fazer uma autoanálise e a verdade é que o brasileiro é chato. Esta chatisse é causada por muitos fatores, mas os principais são: a síndrome de cachorro vira latas (já falei disto neste artigo), a sua inconveniência e sua invasividade, e são poucas as culturas que toleram estas características.
Alem disto, o brasileiro acha que existe um “socialismo” nas relacões humanas: ele chega em uma roda de pessoas e acha que tem direito ao seu quinhão de atenção, de confiança, quando na verdade, atenção e confiança devem ser conquistados. Nao vou nem falar da mania de contato fisico que brasileiro tem e que é incomum na maioria das outras culturas.
Mas o Americano (assim como o Inglês, o Alemão, o Japonês, e todos os outros), em sua maioria são pessoas muito educadas, receptivas e, diferentemente do Brasileiro, são mais diretos e objetivos. Se ele não gosta de alguma atitude sua, ele vai falar na sua cara, sem rodeios, mas nao quer dizer que ele tem alguma coisa contra você. Ele só não gosta de perder tempo “dourando a pílula” ou “engolir sapo”. E mesmo que ele não goste de você, ele vai deixar isto claro, porém te tratar com respeito.
Alem disto, também falam que os norte americanos (incluindo ai os Canadenses) e os Europeus são individualistas e até egoístas. Não é bem assim. Eles primeiro cuidam de si para depois poderem ajudar os outros e não há nada de errado nisto. E só ver a quantidade de Americanos e Europeus que praticam voluntariado (anônimo!) comparado com os latino americanos que este estereótipo cai por terra.
Pessoas escrotas existem em qualquer cultura mais ou menos na mesma proporção, então nunca é bom generalizar ou estereotipar todo um povo.
Phoenix
Desde que minha amiga Rebeca e seu marido, Tony, se mudaram para Phoenix, este tem sido um destino obrigatório toda vez que vou aos EUA. Da mesma maneira que eles me “acolheram” em 2008, quando estive alguns meses a trabalho em LA (falarei mais sobre isto no post sobre Los Angeles), eles sempre me recebem com carinho e atenção e eu faço questão de passar alguns dias com estas companhias tão agradáveis.
A cidade de Phoenix, no Arizona, é relativamente nova (pouco mais de 100 anos) e um tanto diferente dos demais lugares nos EUA que eu conheço. A cidade é mais horizontal e são poucos edifícios, na sua maioria de empresas ou universidades e geralmente concentrados no centro da cidade.
É uma cidade bem planejada, com vias muito largas e bairros padronizados. Por ser uma cidade nova, não existem muitas atrações históricas (como em NY ou na Pennsylvania, por exemplo), porém conta com algumas poucas atrações intessantes. Uma delas, que eu havia visitado em 2010, é o Museu do Intrumento Musical, que é parada obrigatoria para quem estiver na cidade e que tem interesse e/ou paixão pelo tema e que reúne em sua coleção mais de mil (sim, mil!!!) instrumentos diferentes, das mais variadas partes do globo e de épocas passadas.
Em 2010 eu também visitei a cidade de Sedona, que fica a pouco mais de uma hora de distância de Phoenix e que costumo dizer que é a “Campos do Jordão” do Arizona: uma cidadezinha no alto das montanhas (lembrando que o Arizona fica no meio de um deserto), com casinhas típicas (neste caso, lembrando casas do velho oeste) e atrações voltadas à gastronomia e às artes.
Desta vez tambem conheci o lago Saguaro, que na verdade é uma área inundada por uma represa, mas que forma um belo conjunto para a prática de esportes aquáticos ou mesmo para quem quer apenas aproveitar uma “praia”.
Fora isto, não existem muitos pontos turistícos que fariam alguem se deslocar do Brasil para conhecer este estado americano, porém, para quem estiver por la por algum motivo, vale a pena conhecer estas atrações. Também é possível ir até o Grand Canyon (fica no norte do estado, na divisa com Nevada), saltar de para quedas ou, como eu fiz tambem em 2010, dar umas voltas de Harley Davidson pelas ótimas estradas da região, que cruzam plantações de milho ou desertos.
Para quem curte uma jogatina, tambem existem varios cassinos.
Não é uma cidade, e mesmo um estado, que eu aconselharia alguém a ir conhecer nos EUA. Não porque seja ruim, mas pela falta de mais atrações e por existirem lugares mais interessantes lá para conhecer.
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