(17/Jun/2017-23/Jun/2017)
Quando estávamos planejando a visita à Bélgica percebemos que, pelo fato do país ser pequeno e Bruxelas ficar bem na parte central do país, as cidades que haviamos decidido conhecer ficavam todas a cerca de uma hora da capital. Resolvemos então ficar hospedados em Bruxelas e fazermos day-trips para as demais cidades, para evitar o faz check-out as 10 da manha, vai pra outra cidade, faz check-in as 3 da tarde e ai praticamente perdeu o dia.
Dia 1
Chegamos em Bruxelas por volta das três da tarde do sábado e, depois de subir seis andares com malas, pois o elevador do hotel estava quebrado, fomos dar uma volta atrás de uma das melhores atrações da Bélgica: as cervejas! Paramos logo de cara no Le Poechenellekelder para descansar e iniciar as degustações. A cervejaria conta com uma área aberta bem em frente a uma das principais atrações da cidade, que também é uma das mais decepcionantes: o Manneken-Pis. Além de ótimas cervejas, é bom para ver o movimento.
Depois de algumas garrafas, fomos dar uma volta em direção à Grand Place, que é uma das praças centrais mais bonitas que já conheci. Depois de jantarmos (e claro, tomarmos mais algumas cervejas), fomos descansar pois no domingo iriamos para Bruges.
Dia 2
Pegamos o trem logo no domingo de manhã e fomos em direção a Bruges, uma cidade medieval cercada por canais, lembrando uma versão miniatura de Amsterdã ou Hamburgo. As construções de pedra, as ruas estreitas, a praça central, as catedrais, enfim, tudo na cidade, dão um charme interessante para ela. Ficamos andando pela cidade sem rumo por umas cinco horas e depois paramos na área externa da Brewery Bourgogne des Flandres, à beira de um dos canais.
Na volta a Bruxelas paramos na Moeder Lambic, que ficava do lado do hotel, para fechar o dia (já falei que cerveja é um dos atrativos da Bélgica).
Dia 3
Na segunda fomos começar a conhecer Bruxelas, passando primeiro pela Place de la Monnaie, que fica muito próximo à Grand Place, depois passamos pela Les Galeries Royales Saint-Hubert, um “shopping” muito bonito, pela Cathédrale des Sts Michel et Gudule e saimos andando pela parte norte da cidade. Depois de umas duas horas andando, chegamos a Place Charles Rogier e notamos que haviamos andado em círculo e chegado ao ponto de partida (mas a intenção era andar a esmo mesmo, pois é a melhor forma de conhecer lugares novos).
Subimos em direção ao Palais de Bruxelles, passando pelo Parc de Bruxelles. O Palais de Bruxelles é a residência oficial da família real Belga. Existe até a possibilidade de uma visita guiada por dentro do palácio. Seguimos pela Rue de la Régence, onde se encontram diversos palácios e praças. Destaque para as praças Petit Sablon e Grand Sablon. Ao final da Rue de la Régence se encontra o Monument A la Gloire de l’Infanterie Belge, de onde se tem uma vista boa da cidade. Dá até para ver o Atomium de lá!
Na volta paramos na À la Mort Subite, uma ótima e tradicional (e cara) cervejaria Belga, muito famosa por suas fruit lambic (que mais lembram um cooler ou um frisante), mas gostei mais da Gueuze deles. Depois fomos até a Brasserie du Lombard antes de voltarmos para o hotel.
Dia 4
Na terça era dia de conhecer Gent e levantamos cedo para tomar o trem até a cidade. Diferentemente de Bruges, Gent já é uma cidade maior, com avenidas largas, mais urbanizada, com movimento, muito por conta da Universidade de Gent, que atrai muita gente de toda a Europa (e até de outros continentes) para a cidade. A beleza da cidade já começa na estação de trem. Passa pelo Citadel Park, mas é na região central, com suas igrejas e praças que ela fica em evidência. Um dos lugares que mais achamos interessantes foi o Holy Food Market, uma “praça de alimentação” montado numa antiga biblioteca, que por sua vez havia ocupado o lugar de uma igreja. Pena que estava muito cedo e a maioria dos “quiosques” estavam fechados. Continuamos andando pela cidade por mais algumas horas e depois voltamos até Bruxelas.
Já em Bruxelas, paramos primeiramente na área externa do Rooster’s, e pudemos observar o movimento local em um dia de semana. Depois fomos nos decepcionar no Delirium Café (veja mais abaixo). Em seguida fomos novamente na Brasserie du Lombard para finalizar o dia. Enquanto estávamos lá, começou um movimento de policiais, exército, ambulância. Mais tarde ficamos sabendo que havia ocorrido uma tentativa de atentado terrorista de um extremista islâmico na estação central de Bruxelas, a uns 500 metros de onde estávamos.
Dia 5
Quarta era o dia reservado para conhecer Antuérpia. A população da cidade é maior que de Bruxelas (mais que o dobro) e apenas um bate e volta acabou deixando aquela sensação de que foi pouco. As surpresas da cidade já começam na fantástica estação central de Antuérpia, que é a mais bonita que eu vi até hoje. O centro da cidade, que é um polo comercial e financeiro do país, tem toda aquela mistura de prédios históricos e modernos edifícios que dão charmes à cidades como São Paulo e Nova Iorque. Como as demais cidades que visitamos, Antuérpia também conta com uma praça central que, em épocas remotas, era onde a vida acontecia (são conhecidas como mercados, pois eram onde as pessoas iam realizar os escambos). A de Antuérpia chega a ser até maior que a de Bruxelas e com as mesmas belezas. Aconselho a andar olhando para o alto para ver os detalhes no topo dos prédios.
Andamos para caramba por lá, mas não chegamos a conhecer nem metade da cidade. Mas é uma daquelas que entraram na lista para uma possível segunda visita. Depois do cansativo passeio, voltamos ao Rooster’s para um happy hour e depois fomos descansar.
Dia 6
Quinta feira fomos conhecer o restante de Bruxelas que haviamos planejado conhecer (antes de chegar e já na cidade). Andamos da Place Fontainas, onde ficava o nosso hotel, até o Parc Léopold, numa bela caminhada. No caminho ficam vários prédios da administração da Comunidade Européia e no próprio parque fica o parlamento Europeu. Depois caminhamos mais um pouco até (e pelo) Parc du Cinquantenaire. Para quem gosta de carros, no parque fica a Autoworld, uma exposição permanente sobre a indústria automotiva.
De lá pegamos o metrô até o Atomium, que na verdade é outra atração meio que sem graça, mas que sobrando tempo vale “riscar da lista”. O Parc d’Osseghem Laeken, que fica ao lado do Atomium é, aliás, bem mais interessante que a própria atração. Pegamos o metrô de volta e fomos encerrar o ciclo tomando mais algumas novamente na Poechenellekelder. Antes de voltarmos ao hotel, resolvemos enfim experimentar o famoso Waffle Belga (com sorvete, claro!). E ainda demos mais uma volta na Grand-Place, desta vez ao cair da noite, para admirar a bela praça iluminada.
Observações, dicas e considerações:
- Em Bruxelas e Antuérpia tem Wi-Fi publico por quase toda a cidade. Quando não tem (e em Gent e Bruges), bares e restaurantes quebram um galho. Portanto, não há necessidade de comprar um chip.
- Curiosidade que me bateu na viagem: como eles fazem quanto ao idioma nas escolas? Segundo pude pesquisar, as escolas são organizadas pelas comunidades, então cada comunidade decide qual será o idioma, que vai refletir a lingua falada naquela comunidade: o Francês, o Flemish (a variação belga do Holandês) ou o Alemão (não sabia que o Alemão era forte na Bélgica). Em locais como Bruxelas (que são oficialmente bilingues), normalmente encontram-se opções de escolas em Francês e em Flemish. Geralmente estas escolas oferecem, além do Inglês, as demais línguas como opção de “língua estrangeira” a ser estudada depois do ciclo básico.
- Na Bégica fuma-se em praticamente qualquer lugar aberto, inclusive áreas externas de restaurantes. E fica a dica: quer identificar um brasileiro, é só ver o “nariz torcido” quando alguém acende um cigarro numa área liberada para fumantes. O povo que reclama de tudo!
- A maior decepção da viagem foi com certeza a Delirium: estava esperando tomar aquela bela Witbier, mas ai o cara pega um copo usado, dá aquela xuxada numa pia com detergente, outra xuxada pra “enxaguar” numa outra pia com água (e resto de cerveja e detergente) e serve a cerveja naquele copo mesmo. Ou seja, a espuma da minha Wit era mais de detergente do que da carbonatação. Quanto mais o bar fica cheio pior é a higiene.
- Interessante (e assustador) a forma como as pessoas se acostumam com coisas que não deveriam. No episódio do atentado, as pessoas que estavam no bar checaram o celular, viram o que tinha ocorrido, e continuaram com sua vida, como se um atentado terrorista fosse a coisa mais natural do mundo.
- É tanta opção de marcas e estilos de cerveja que dá a impressao que a única coisa que o pequeno país se dedica a fazer é cerveja!
- Os Belgas são um povo muito educado, simpatico e prestativo.
- Acabei descobrindo lá que os Cartoons são uma arte muito popular na Bélgica (sabia que o Tintin era uma criação belga, mas não sabia sobre os Smurfs e o Asterix). Isto também se reflete na street art, com muitos grafites remetendo à cartoons clássicos.
Be happy 🙂
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