Top Top #1 – The Dream Rock Band

Eu me considero uma pessoa bastante metódica. Eu mantenho meus CDs e DVDs, por exemplo, em ordem alfabética (por banda, e dentro da banda, em ordem cronológica). Isto me leva a ter algumas manias. E uma delas, assim como o personagem Rob Fleming, do livro High Fidelity, do Nick Horbny (que também virou um bom filme, estrelado por John Cusack), é criar listas.

Vou aproveitar este espaço e compartilhar algumas com vocês (vou chamar esta “coluna” de Top Top por enquanto, até eu encontrar nome melhor). A primeira delas é a banda de rock dos sonhos, ou seja, quem eu acho que formaria a banda perfeita (e como é uma banda dos sonhos, me permiti colocar músicos que já se foram). Então vamos lá.

Começando pela “cozinha”: a bateria é uma posição que, para mim é indiscutível. Quando me perguntam quem é o maior baterista que já vi respondo na lata: Neil Peart, do Rush. Além de ter uma técnica invejável, é um letrista fenomenal. Também é admirável sua humildade. Um exemplo: há alguns anos atrás, mesmo já figurando no hall dos melhores bateristas, ele decidiu que estava precisando melhorar e foi fazer aulas (alguém consegue imaginar isto?!?) com uma fera do Jazz (Freddie Gruber). Uma outra coisa que me impressiona nele (assim como nos demais membros do Rush) é o tesão que os caras ainda têm em tocar, em desenvolver música, em experimentar, em arriscar. Já são 40 anos na estrada e eles, ao invés de se contentarem com uma fórmula pronta (como os Stones ou o Iron Maiden, por exemplo), sempre estão inovando e cada turnê é uma surpresa e energia indescritíveis.

Passando para o baixo, que foi um dos instrumentos que toquei por um bom tempo, o posto ficaria com o John Paul Jones, do Led Zeppelin. Aqui teríamos vários concorrentes (Cliff Burton, Chris Squire, Geddy Lee, Glenn Hughes), mas a escolha se deve, primeiramente porque, quando comecei a tocar baixo, ele era o cara em que eu me inspirava. Em segundo, porque além de ser um baixista fantástico, o cara toca cítara, bandolin, moog, hammond, entre outros (além de ser produtor). Creio que ele, assim como o George nos Beatles e o Alex Lifeson no Rush, é um daqueles monstros que foram ofuscados pela genialidade de seus companheiros. The Lemon Song e Since I’ve Been Loving You são duas linhas de baixo fenomenais.

Nos teclados o meu voto vai para o Richard Wright, do Pink Floyd. E com volta em cima do segundo colocado (Rick Wakeman). Acho que ‘The Great Gig in The Sky’ já é razão suficiente para a escolha, mas basta ouvir qualquer coisa de Floyd com um pouco mais de atenção para notar que os teclados é que faziam a “cama” para os demais instrumentos no Floyd. Assim como, sem a Guitarra do Gilmour ou as letras do Waters, o Pink Floyd não teria sido o que foi, se não tivesse os teclados do Wright, não seria o Pink Floyd. Uma pena eu não ter conhecido Pink Floyd e Richard Wright quando fazia aulas de piano. Com certeza, assim como foi o John Paul Jones quando comecei no baixo, ele seria uma influência grande. Uma curiosidade: o timbre de voz do Wright é tão parecido com o do Gilmour que normalmente, ao invés do Gilmour “dobrar” as vozes nos álbuns, o Wright fazia os backings nas gravações, o que fazia com que, ao vivo, os vocais saissem praticamente como na versão de estúdio. Dois bons exemplos são Time e Echoes.

A Guitarra é outro posto em que também existiriam muitos concorrentes, mas o meu escolhido seria o George Harrison, dos Beatles. Não pelo virtuosismo, que não era muito a praia dele, mas sim por conseguir fazer coisas simples e maravilhosas. Suas composições nos Beatles não devem em nada para as do John e/ou Paul e seu trabalho solo após o fim dos Beatles foi uma das melhores coisas que aconteceram nos anos 70. E ainda por cima montou o Travelling Wilburys na década de 80. Pena que foi embora muito cedo. Mas ao menos nos deixou Something e Here Comes The Sun.

Bem, no vocal, apesar de existirem vários bons cantores, tem um cara que para mim se sobressai (ou melhor, sobressaia), que é o Jon Anderson, do Yes. As pessoas não curtem muito Yes (como não curtem progressivo em geral), pois realmente é um tipo de som de “digestão” complexa. Até as letras geralmente remetem a temas que, se ouvidos em uma música isoladamente, ao invés de ouvida dentro do álbum, ou sem saber o conceito e o momento na qual foi feita, não fazem muito sentido. Porém, não dá para negar que é uma das melhores vozes que existem. É aguda sem ser irritante. Pena que o tempo e os problemas de saúde castigaram muito a voz do Jon Anderson, mas ao ouvir Soon ou To Be Over, dá para perceber o quanto ele tem um timbre diferenciado.

Agora eu cheguei, para usar um jargão futebolistico, “num problema que todo técnico gostaria de ter”: o que fazer com o Paul McCartney. Sim, porque nenhuma suposta melhor banda de rock de todos os tempos pode deixar Sir Paul de fora (Paul de fora dá um trocadalho do carilho!!!). O cara que está ai até hoje em turnê mundial, enchendo estádios para 50, 60, 70 mil pessoas, que desde 62 emendou hits atrás de hits, não pode ser esquecido. Aqui ele poderia ser compositor e produtor. Poderia também substituir o John Paul Jones no baixo, quando este fosse “fazer graça” no hammond ou bandolin. Poderia também fazer segunda guitarra para o George. Poderia eventualmente fazer um dueto com o Rick: o Rick no Hammond ou Moog e o Paul no Piano. E revezar e fazer backing com o Jon. No final, o único que ele não “incomodaria” seria o Neil.

That’s all folks!!!!!

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